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Ferroviário faz história ao derrotar o Sport nos pênaltis
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Ferroviário faz história ao derrotar o Sport nos pênaltis

Ferrão foi gigante em jogo eletrizante, ferroviário consegue empate heroico no tempo normal, derrota o Sport nos pênaltis e se classifica para a 3ª fase da copa do Brasil
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Espetacular, heroico, emocionante... Sobram palavras para definir a classificação do Ferroviário para a 3ª fase da Copa do Brasil. Em jogo que parecia perdido, o time cearense fez o que muitos poderiam chamar de impossível: marcou três gols nos últimos 15 minutos de partida e arrancou um empate em 3 a 3 no tempo normal contra o Sport, ontem à noite, na Ilha do Retiro, em Recife.

[SAIBAMAIS] 

O resultado levou a disputa da vaga para as cobranças de pênaltis. Com a frieza de seus batedores e um iluminado Bruno Colaço, goleiro autor de duas defesas, o Ferrão selou sua noite gloriosa com vitória por 4 a 3 nas penalidades, levando ao êxtase os torcedores e simpatizantes do Tubarão da Barra, que agora espera o vencedor de Vila Nova-GO x Joinville, jogo marcado para a próxima quinta-feira, em Goiânia.


Apesar da arrancada nos minutos finais, o Ferroviário mostrou desde o início do jogo sua grandeza, encarando o adversário de igual para igual, criando oportunidades e saindo para o jogo. Uma prova disso é que a disputa foi para o intervalo com sete finalizações para cada lado. Apesar disso, no placar, o Sport foi quem conseguiu balançar as redes, com Anselmo, aos 39min.


Na volta para o 2º tempo, o técnico Ademir Fonseca reorganizou o esquema tático, abrindo mão de um homem na linha de defesa para reforçar o ataque, com a entrada de Valdeci. O Ferrão seguiu ofensivo, mas com falhas na defesa.


O Sport aproveitou e fez 2 a 0 com Fabrício. E, novamente aproveitando as falhas de marcação, viu Marlone marcar o 3°. O cenário era adverso, mas o Tubarão foi pra cima. A reação teve início com gol de Mazinho, em cabeceio após cobrança de escanteio, aos 30 minutos. Embalado, o volante fez mais um, mostrando oportunismo.

E coube a Valdeci, aos 41, incendiar o jogo e deixar tudo igual.


Incrédula, a torcida do Sport vaiou o time na saída do jogo, enquanto os jogadores conversavam entre si tentando entender o que havia ocorrido. Nas disputas por pênaltis, as sete primeiras cobranças foram convertidas. Até o chute de Rogério parar nas mãos de Bruno Colaço. Mota teve a bola do jogo, mas viu seu chute ser defendido por Magrão.


Mas o erro do veterano foi compensado com nova defesa de Colaço, catando a cobrança de Marlone e classificando o time. Fim de papo e muita festa. Como diz a máxima do futebol cearense, “tem coisas que só acontecem com o Ferroviário”.


FICHA TÉCNICA


COPA DO BRASIL


Sport


4-4-2: Magrão; F. Rodrigues (Neto Moura), Henríquez, Léo Ortiz e Capa; Anselmo, Fabrício, Gabriel (Índio), Marlone; Thomás; Leandro Pereira (Rogério). Técnico: Nelsinho Baptista.


Ferroviário


3-5-2: Bruno Colaço; Jean (Valdeci), Túlio e Erandir; Amaral (Emerson Santos), Mazinho, Janeudo, Andrei e Sávio; Valdo Bacabal (Rodrigo Rodrigues) e Mota.


Técnico: Ademir Fonseca


Data - 15/02/2018


Local - Ilha do Retiro, em Recife.


Árbitro - Rodrigo Batista Raposo (DF).


Assistentes - Ciro Junqueira (DF) e Luciano de Sousa (DF).


Gols: Anselmo (aos 8 do 1ºT), Fabrício (aos 10 do 2ºT), Marlone (aos 26 do 2ºT) e Mazinho (aos 31 e aos 37 do 2ºT). Valdeci (aos 41 do 2ºT).


Cartão amarelo: Valdo Bacabal.


Público: 3.238. Renda: 55.655


ANÁLISE


HISTÓRIA


ORGULHO E CORAÇÃO NA VITÓRIA DO FERROVIÁRIO


Não tem nome o que o Ferroviário fez diante do Sport. Se alguém souber definir,

me avise. Diante de uma equipe com orçamento 50 vezes maior, foi talento, humildade e coração.

O elenco do Tubarão levou junto toda a história do clube desde 9 de maio de 1933, quando foi fundado por trabalhadores do setor de locomoção da rede de Viação Cearense e jogava em traves roliças construídas com tubos retirados das caldeiras das "Marias-Fumaça".

A atuação simbolizou o futebol de superação, no qual os favoritos caem para rivais com alma. Imagino seu Valdemar Caracas, onde ele estiver. Como o próprio dizia, ele foi pai, mãe, babá e educador do clube.

E ontem viu um dos mais emblemáticos capítulos do Ferrão ser escrito.


FERNANDO GRAZIANI

graziani@opovo.com.br

 

 

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