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McGregor entra como azarão em duelo de boxe contra Mayweather
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McGregor entra como azarão em duelo de boxe contra Mayweather

Campeão do UFC, Conor McGregor entra como azarão em duelo de boxe contra o especialista Floyd Mayweather
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O irlandês Conor McGregor, 29, precisará estar atento às regras de boxe para não cometer nenhum deslize na superluta programada para a madrugada deste domingo, em Las Vegas (EUA). Lutador de MMA e campeão do Ultimate Fighting Championship (UFC), ele deixa momentaneamente as artes marciais mistas para enfrentar o pugilista multicampeão Floyd Mayweather, 40, no ringue da nobre arte, válido pelo peso médio-ligeiro (69,85kg). O embate está sendo chamado de Fight Money pelo total de receitas que envolve. Entre bolsas dos lutadores, patrocínios, ingressos e vendas de pay-per-view, tem valor de US$ 619 milhões.


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McGregor teve pouco mais de dois meses para se preparar e se adaptar às regras do boxe, que se diferenciam das usadas no MMA em vários fatores, desde a luva até o espaço de combate (veja o infográfico). Um erro pode custar caro para o irlandês. O contrato firmado para o duelo prevê multa milionária, segundo o co-organizador Dana White, que não revelou valores, caso o irlandês aplique um golpe de MMA contra o rival.
 

O maior lutador de UFC da atualidade entra com azarão. A favor dele está a potência do soco e a juventude — 11 anos mais novo que o rival. McGregor é canhoto, outro fator interessante de seu estilo de luta, tendo em vista que os oponentes que mais deram trabalho ao americano batiam forte com a esquerda. Caso consiga acertar um direto de esquerda, seu principal golpe, pode complicar a vida de Mayweather.
 

“Ele não vai acompanhar meu ritmo, ele está na pior forma que já vi. Vou tirá-lo do trono, acreditem. Estou no auge da minha forma”, afirmou o irlandês na pesagem, ontem.
 

Já Mayweather tem o maior sistema defensivo do boxe e nunca perdeu. Está invicto há quase 21 anos (49 vitórias). Com menos potência nos golpes, o americano aposta no volume de socos no decorrer dos rounds. O último nocaute aplicado por ele ocorreu há seis anos.
 

Por outro lado, Floyd dificilmente sangra em seus duelos, fruto da defesa perfeita, e nunca sofreu um knockdown, quando o árbitro da luta abre contagem contra o pugilista fragilizado por um golpe. O americano entra para a luta como favorito. “Ele é só mais um. Sempre falaram dali, daqui, e no fim, todos sabem: Conor é só mais um na minha frente”.
 

Para o Brasil, o evento terá transmissão do canal pago Combate.

 

Serviço

 

MAYWEATHER X MCGREGOR
Quando: Hoje, a partir das 22 horas (início do card principal)
Transmissão: Canal Combate  

 

Ponto de vista

 

Uma super-luta é um encontro improvável entre dois heróis que habitam universos que nunca se encontram. Como Jaspion e Jiraya, Alien e Predador, Goku e Shiryu, Super-Homem e Batman. 


O embate de hoje entre Conor McGregor e Floyd Mayweather é algo assim: como se dois combatentes estelares deixassem seus planetas de origem para se enfrentar. Os motivos, porém, são menos nobres.  Nada de salvar a humanidade de algum risco apocalíptico. O lance é dinheiro. Um lutador de MMA e outro de boxe, dois campeões em suas arenas - o octógono e o ringue - têm os mesmos interesses: oferecer um espetáculo e, de quebra, engordar a conta bancária. 

 

Para tanto, as entidades organizadoras por trás da luta escalaram duas galinhas dos ovos de ouro, que medem força em peso combinado e sem qualquer título em disputa. A rigor, o match não vale nada. Mesmo assim, há muita expectativa em torno do evento.  

 

Tanta quanto haveria se Rocky Balboa encarasse Ivan Drago na vida real. Na ficção, o “garanhão italiano” encarna o imigrante que leva a cultura norte-americana a seu teste máximo contra o gigante russo.  

 

No ringue, os dois heróis representavam um choque de ideologias no auge da Guerra Fria (Rocky o capitalismo e Drago, o comunismo soviético). Não é o caso de agora. Quando o gongo soar e a luta começar, Mac e May estarão ali para mostrar que, independentemente de quem vença, não há mais lugar para o romantismo no esporte.
 

HENRIQUE ARAÚJO  

 

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