O técnico tem dez partidas no comando do Alvinegro. Foram seis vitórias, um empate e três derrotas. São 15 gols marcados e oito sofridos. Aproveitamento de 63,3% dos pontos disputados, melhor que o do líder América-MG, que tem 63,2%. O treinador assumiu o time na 12ª posição e levou ao G-4.
Mais que vitórias e posições, Chamusca fez o Ceará ganhar uma identidade. Não de definição de 11 jogadores titulares, pois, como ele mesmo diz, gosta de escalar a equipe de acordo com o adversário. Um atleta que foi titular contra o líder América-MG fora de casa não necessariamente começará jogando contra o lanterna Náutico em casa, por exemplo. E isso tem sido um motivador para o elenco não se acomodar.
A identidade em questão remete a um time mais organizado e bem distribuído em campo, com alternativas de jogadas ofensivas e que tenta — nem sempre consegue — praticar um futebol moderno, baseado nos conceitos do treinador. Isso inclui toque de bola, mobilidade, aproximação, ocupação de espaços, intensidade, infiltrações e variações táticas.
Isso fica visível quando o time ataca ou é atacado. Em uma mesma partida, é nítida a alternância de esquemas, principalmente entre 4-1-4-1 e 4-2-3-1.
Marcelo Chamusca conseguiu ainda estabilidade, coisa que o Vovô não tinha. Era um time que oscilava muito, alternando sempre entre vitórias e derrotas, e agora, após três vitórias seguidas, parece ter encontrado a solidez necessária para brigar na parte de cima da tabela.
O trabalho não é perfeito, está no começo e pode melhorar ainda mais. Mas é evidente que após a chegada do treinador o rendimento subiu e manter o trabalho que está sendo feito é o caminho para alcançar o objetivo ao fim da temporada.