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Série a peleja da água
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Série a peleja da água

Outros olhares do o povo para a devastação das últimas secas e a esperança pela água
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178 dos 181 municípios do Ceará estavam em situação de emergência quando O POVO iniciou uma série de reportagens pela etnografia da seca deste século. O caminho pelos sertões do Estado, agora, quer alcançar estratégias de convivência com a falta d´água. A morte do gado e o comércio de uma água suja, por exemplo, são retratados lado a lado com o assistencialismo de governos e questões ambientais. Carcaças e migrações, é bem verdade, tracejam os mais de 2 mil quilômetros percorridos, abrangendo 16 localidades visitadas pela reportagem. Mas o que se quer garimpar desta história que atravessa os séculos é a convivência renovada com a seca – e isto inclui a necessidade de políticas permanentes e criativas para minimizar a insegurança hídrica e alimentar.
 

Um ano depois da publicação do caderno especial Planeta Seca, o Núcleo de Reportagens Especiais do O POVO retomou os caminhos da estiagem. Foram percorridos mais de 2.500 quilômetros, sertões adentro. O comércio da água, o embarreiramento dos rios, os poços profundos, os cacimbões, as disputas municipais por açudes pontuam os conflitos pela água em municípios como Crateús, Hidrolândia, Ipueiras, Itapajé, Jaguaribara, Solonópole, Tururu, Uruburetama, Varjota. Existiam 177 cidades, dos 184 municípios, em situação de emergência no Ceará.


Em dois cadernos especiais ou dois capítulos, uma reescrita dos cem anos da seca de 1915 (uma das piores estiagens do Ceará, retratada pela escritora Rachel de Queiroz em livro homônimo). 

Quinze sertanejos mostram as estratégias de sol a sol para  transformar a seca em excedente. Uma superação, seja na feitura de doces e bolos ou de açudes inteligentes, que indica caminhos possíveis de lidar com o drama da estiagem. Foram percorridos 2.500 quilômetros, entre 11 sertões.
 

As obras de transposição do rio São Francisco são o norte da reportagem que retrata a espera cearense pelas águas do Velho Chico. A obra gigantesca é um projeto polêmico há mais de um século e ganha, na atualidade política e econômica do País, indefinições. No curso do tempo e das esperanças, a reportagem do
O POVO desbrava 2 mil quilômetros do Eixo Norte da transposição, pelos municípios de Cabrobó e Salgueiro (Pernambuco), Jati, Brejo Santo e Mauriti (Ceará). O Estado terá 13 açudes para as águas do rio, entre eles, o Castanhão – principal garantia hídrica para a Capital.
 

No quinto ano de seca, os peixes desaparecem dos açudes, gerando a migração de pescadores para o Norte do País. O POVO regressa à Caatinga e revela a extinção dos peixes em barragens construídas pelo Dnocs e pelo governo estadual: açudes General Sampaio (General Sampaio), Pereira de Miranda (Pentecoste), Araras (Varjota), Pedras Brancas (Quixadá), Castanhão (Alto Santo-Jaguaribara), Banabuiú (Banabuiú), Orós (Orós), Lima Campos (Icó). Uma situação que afeta a economia local e a segurança alimentar das famílias viventes da pesca artesanal. A piscicultura em cativeiro também chega ao fim, pois grandes açudes estão no volume morto.
O volume hídrico do Ceará estava em torno de 10%.

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