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Políticas necessárias
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Políticas necessárias

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“Vivemos no semiárido e temos que conviver com ele. Só temos dois, três meses de inverno. Até a água, no subsolo, está desgastada por causa do desmatamento”. O retrato é da secretária da Agricultura de Varjota (272,7 quilômetros da Capital), Rocineuda Ferreira Pires, 40. “Deveriam vir novas tecnologias, para melhor absorção dessa água. Poços, mas com gotejamento, com novas técnicas, coisas que o agricultor não tem esse costume. E a conscientização, não só do agricultor, mas da população em geral, que é o desperdício de água”, demanda.


Rocineuda considera que faltam “políticas que cheguem aqui e perguntem o que está faltando e não que venham de cima para baixo. Muitas vezes, vem uma política pública que não abrange a necessidade”. Também é urgente “a valorização do pequeno (produtor), incentivo, capacitações”.


Noutro canto do Estado, em Pentecoste (94,7 quilômetros de Fortaleza), João Costa Mendes, veterinário e técnico da Ematerce local, observa que as chuvas deste ano só “encheram dois metros e pouco” do açude grande, Pereira de Miranda (General Sampaio). O açude tem 29, 4 metros de altura. “Quando chegar em janeiro, estaremos na mesma situação que antes. O inverno para a produção de plantas foi bom, mas não foi para acumular água”, equilibra.


“Técnicas adequadas para o semiárido, animais adequados também”, ele atenta, são necessidades básicas da região. Bem como maneiras de acumular a água e melhor gerenciamento dos recursos hídricos. “E o agricultor sente a ausência do Estado. É fundamental a produção de água. Deveria haver uma preparação para enfrentar essa questão. Quando tem fartura, todo mundo esquece”, sublinha.



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