Logo O POVO+
Os cearenses: as coisas que aprendi nos discos
Especiais

Os cearenses: as coisas que aprendi nos discos

Série de docudramas e show musical resgatam clássicos que colocaram os cearenses no centro da música popular brasileira e apresentam nova geração de artistas
Edição Impressa
Tipo Notícia Por

Música não envelhece. Se faz presente na memória popular e, no passar das gerações, permanece. É nesse processo que surgem os clássicos da música brasileira. No Ceará, esse protagonismo se mantém até hoje com artistas que ganharam projeção nacional nos anos 1970 e 1980. Fagner, Belchior, Ednardo, Fausto Nilo, Petrúcio Maia, Ricardo Bezerra e Amelinha deram personalidade ao que ficou conhecido como música contemporânea cearense.

 

Para celebrar essa música em uma viagem no tempo e na sonoridade, o projeto Os Cearenses, nesta temporada, reúne nomes da nova safra do Ceará em uma série documental que explora a formação criativa desses clássicos e sua influência a partir de novas versões. Saimonn Rocha, Khalil Goch, Felipe Cazaux, Lorena Nunes, Nayara Rodrigues, Argonautas, Rebeca Câmara, Mel Mattos, Marcelo Justa e Zé de Zefa participam do projeto.

 

Com "Canto de um Povo" como tema, cada episódio reúne três versões de músicas diferentes com depoimentos desses artistas da nova geração. Idealizado pelo diretor de marketing do O POVO Cliff Villar, a série tem o jornalista Marcos Sampaio como apresentador e a direção e produção musical de Ronaldo Pessoa, que carrega uma bagagem de três décadas no mercado.

[QUOTE1] 

Ronaldo explica que as releituras foram propostas a partir do arranjo essencial de cada canção, entendendo o que deveria permanecer e o que poderia ser recriado. "Ficamos com a liberdade de desconfigurar sem descaracterizar os arranjos originais e a difícil missão de escolher 16 intérpretes dentre centenas de maravilhosos intérpretes do Ceará", aponta o produtor. "É um projeto de sucesso e aponta a possibilidade de ganhar três sequências, com mais convidados da nova geração de ilustres artistas".

 

“Em Revelação, que Fagner interpreta originalmente, a gente não mexeu no solo original de Robertinho de Recife por se tratar de peça fundamental na personalidade e no sucesso da música. Tem a mesma importância da melodia e do arranjo”, explica o produtor musical. Para essa faixa, Pessoa convidou o guitarrista Cristiano Pinho, um dos principais parceiros de Fagner no palco. “Cristiano Pinho é uma pessoa insubstituível. O Cristiano é o nosso Jeff Beck cearense”.

 

Para as gravações, foi formada uma banda base para os artistas convidados que não trouxeram sua própria banda. O núcleo tem Felipe Mesquita nos teclados e pianos, Miquéias no contrabaixo, Luis Orsano na bateria, e Alex Ramon nas guitarras e violões. Houve ainda quem trouxesse seus próprios músicos para trabalhar nas novas versões. Lorena Nunes chamou o arranjador Cláudio Mendes para a releitura do clássico de Ednardo, Artigo 26. Felipe Cazaux transformou Cavalo Ferro em rock com sua banda Mad Monkees, e Rebeca Câmara trabalhou com o violinista Edu Holanda na canção Meninas do Brasil.

 

“Para um artista que está começando, esse projeto é de suma importância porque olha para a realidade local, do ponto de visto de aumento dos shows e de enraizar a carreira individual de cada um”, diz Ronaldo Pessoa. “E, para mim, como produtor musical, foi um divisor de águas. Acredito que Os Cearenses é um momento histórico para nós artistas porque faz um contraponto ao que foi a música aqui nas décadas de 60 e 70. Pode ser um ponto de partida para criarmos condições do novo artista cearense fazer sucesso no Brasil”.

 

Jornalista, editor-adjunto de Cultura e Entretenimento do O POVO e apresentador dos docudramas, Marcos Sampaio acompanhou de perto a produção. Ele avalia que Os Cearenses surge em um momento de mudança no mercado musical, com a queda das grandes gravadoras e a popularização das plataformas de streaming. “O interessante aqui é fazer uma ponte entre uma turma que vendeu milhões com essa galera de hoje, uma lógica de evidenciar todo mundo”. E ele justifica: “O projeto se impõe insistindo na qualidade. Ao invés de um único DJ para fazer todas as bases, queremos bons instrumentistas. Pedras que cantam virou um frevo. Cavalo Ferro virou um rock. Não houve limites na hora de rearranjar as músicas, foi como compor de novo”.

 

Serviço

 

Show Os Cearenses - Canto de um povo

Quando: sábado, dia 23

Onde: Palco Sérvulo Esmeraldo

 

Exibição do documentário Os Cearenses

Quando: domingo, dia 24

Onde: Auditório Bezerra de Menezes

 

QUADRO

Playlist Os Cearenses

Revelação, por Saimonn Rocha

Morena Penha, por Khalil Goch

Cavalo Ferro, por Felipe Cazaux

Artigo 26, por Lorena Nunes

Traduzir-se, por Nayara Rodrigues

Mucuripe, por Argonautas

Meninas do Brasil, por Rebeca Câmara

Asa Partida, por Mel Mattos

Enquanto engoma a calça, por Marcelo Justa

Pedras que cantam, por Zé da Zefa

 

Episódios disponíveis no site oscearenses.com.br

Clipes disponíveis no YouTube https://bit.ly/2JSp4YP

 

 
O que você achou desse conteúdo?