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Opinião. Sem limites para a música
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Opinião. Sem limites para a música

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Selecionar artistas para um evento do porte do Festival Vida&Arte é uma tarefa mais desafiadora do que se é capaz de imaginar. O número de ótimos artistas - das mais diferentes gerações, falando para diferentes públicos e oferecendo propostas de trabalho tão diversificadas - faz desse trabalho um quebra-cabeça complicado de se concluir. E sempre com o risco de ficar aquela sensação de “escolhemos esse, mas poderia ser aquele”.

O que anula essa sensação é força dos nomes que estarão presentes no Festival. Cada um com suas particularidades artísticas, os nomes que passarão pelos palcos do evento carregam uma história de peso, com mensagens claras que devem ser levadas para além da música. O maior exemplo disso é Elza Soares, mulher cuja fibra foi testada ao longo de mais de 60 anos de carreira. Filha do sambajazz, ela vem a Fortaleza cercada por DJs e guitarra num show que cruza as mais variadas influências e mostra o quanto ela não aceita limites.

Limite é algo que também não combina com Arnaldo Antunes. O show que ele apresenta no Festival Vida&Arte é uma prova disso. Baseado em seu mais novo disco, RSTUVXZ, o repertório mistura sambas, rocks, acalantos e outros ritmos que fizeram sua cabeça ao longo de mais de 30 anos de carreira. E o que dizer de Milton Nascimento, um dos grandes mestres da música brasileira com carreira reconhecida nacional e internacionalmente? Uma aula de música, no mínimo. E tem ainda Liniker, Alice Caymmi e Iza, cantoras de uma nova cena que chegaram para levantar bandeiras importantes sobre respeito e afeto.

E quando o assunto é a música cearense, o cardápio do Festival Vida&Arte não é menos plural. Tem o forró de Waldonys e Chico Pessoa; o Carnaval de todas as épocas dos Camaleões do Vila e do Luxo da Aldeia; o soul emocionado de Nayra Costa; a percussão forte dos Tambores de Guaramiranga e muito mais. E a grande celebração dessa música cearense acontece no sábado, no show Os Cearenses. Nesse espetáculo, artistas da nova cena local apresentam versões inéditas para clássicos de Fagner, Ednardo, Belchior, Fausto Nilo, Petrúcio Maia e outros cânones. Sugiro não perder.

Marcos Sampaio,

editor-adjunto do Vida&Arte

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