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Cultura popular. Arte ao alcance de todos
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Cultura popular. Arte ao alcance de todos

Expressão do que é ser cearense, a cultura popular está representada por atrações que prometem conectar artistas e público
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Nos palcos e corredores do Centro de Eventos, a variedade da cultura popular cearense estará presente no Festival Vida&Arte. Entre maracatus, bumba meu boi, reisados e outras atividades, os visitantes poderão experimentar um pouco do espírito do Estado, resgatando parte da atmosfera de edições anteriores do Festival, realizadas em 2003 e 2005.

 

A grande proposta da curadoria é não limitar as apresentações aos palcos, mas sim deixar que os artistas populares interajam diretamente com o público, explica Ivonilo Praciano, um dos responsáveis pela programação. Ivonilo classifica as atrações como “transversais”, pela possibilidade delas se mesclarem aos visitantes. “A plateia está aqui, em um espaço, e de repente aparecerão palhaços brincando, ou malabares, pessoas em perna de pau, um maracatu. Ser transversal é estar no palco e daqui a meia hora estar no meio do público. O artista dá oportunidade do público entrar em contato direto com ele”, contextualiza. 

 

Ivonilo recomenda que o público estude com atenção todos os itens dessa programação, já que cada uma das manifestações culturais representa a força de um contexto diferente. “O torém (dança indígena em que os participantes imitam animais) é lindíssimo.A dança do coco também, e é algo que tem muito pouco aqui em Fortaleza”, elenca. 

 

“A expressão da cultura popular é um sentimento do povo. Como se dissesse ‘eu vou falar de mim agora, com meu corpo’. Então, aquilo ali é uma linguagem que permite um diálogo do indivíduo com a dança, com o que está acontecendo ali. Você recebe o que o artista está querendo dizer. A diversidade do Festival traz essa beleza, essa virtude de você ver os diferentes comportamentos populares”, finaliza.

 

Espírito de carnaval

Em 38 anos de trajetória, o maracatu Vozes da África segue como uma das representações mais tradicionais do carnaval de Fortaleza. Criado em 20 de novembro de 1980, no dia da Consciência Negra, o coletivo trabalha para homenagear a cultura afro-brasileira.

 

Há cinco anos no cargo de presidente, Aderaldo de Oliveira integra o grupo desde 1987. Em entrevista, afirma que sempre participou ativamente, e que já interpretou todos os papéis dentro do maracatu. Sobre a parceria com o O POVO, o presidente diz já ser de longa data. “É uma honra muito sermos convidados a participar desse grande evento. A gente vai fazer uma apresentação muito bonita. Eu vou levar 30 personagens: índio, baiana, rei, rainha, estandarte, etc. A gente vai fazer um cortejo no evento e se apresentar andando pelos corredores”.

 

Ao todo, o maracatu Vozes da África coleciona 16 títulos de campeão do Carnaval de Fortaleza. O grupo, que se sagrou vencedor pelos últimos cinco anos seguidos, já realizou apresentações em cidades como Recife, São Paulo e Brasília, além de ter ido em duas oportunidades para a França. Em 2015, o maracatu foi reconhecido como patrimônio imaterial de Fortaleza.

 

Retratos da cultura

Símbolos de diferentes aspectos da cultura cearense, os Mestres da Cultura receberam uma homenagem do artista Otávio Menezes. Criador de xilogravuras desde 1980, Menezes produziu 60 peças com os rostos e representações dos mestres. A exposição Tesouros vivos do Ceará: Mestres e mestras da cultura popular tradicional compõe a programação do Festival. 

 

A mostra foi apresentada pela primeira vez na XII Bienal Internacional do Livro do Ceará, realizada em 2017. O criador conta que já levou os trabalhos para outros municípios do interior do Estado, como Crato e Barbalha. “A recepção é muito boa, porque retrata pessoas de comunidades que eles conhecem muito bem”, explica. O processo de realização das xilogravuras durou cerca de quatro meses.

 

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