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Uma Cidade de contradição e brilho
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Uma Cidade de contradição e brilho

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Deda Gomes, empresário que comanda o Moleskine e o Giz (Foto: Tatiana Fortes)
Foto: Tatiana Fortes Deda Gomes, empresário que comanda o Moleskine e o Giz

Sentir pessoas e ver o brilho da noite. Um brilho que chega tímido e, aos poucos, vai ganhando liberdade para contagiar. Sair para jantar e não somente comer, mas viver a experiência de olhar o movimento, respirar com calma, notar a música e reencontrar amigos. A Fortaleza do empresário Deda Gomes, 44, muitas vezes, é um lugar intimista, daqueles que caminham na direção de proporcionar boas vivências.

O cearense abastece a sede de estar em contato com pessoas no comando de empresas que fazem a soma de restaurante com bar, o Moleskine Gastrobar e Giz Cozinha Boêmia. Deda, na imensidão de suas inquietações pela necessidade de inovar, é responsável pela parcela que movimenta a cidade - por meio da cena gastronômica - numa atmosfera que surpreende. Não apenas por ter foco na alta gastronomia, mas por entregar experiências dinâmicas que passeiam pela música, arte e outras referências, sendo, de fato, um dos pontos altos da noite na Capital.

Veja só: uma Fortaleza que vive dias nublados de anseio e insegurança, com medo do amanhã, também pode ser uma Fortaleza que carrega uma pitada (generosa) de leveza, charme e despretensioso glamour. Para alguns, a afirmação pode parecer contraditória, mas, para Deda, depende da forma como olhamos e sentimos a cidade. Ele, por sua vez, carrega o melhor do lugar. A música, arte, arquitetura. Os cenários convidativos, como o mar no fim de tarde.

"Fortaleza caminha para ser uma das duas principais cidades turísticas do Brasil não à toa. A cidade, apesar dos problemas que sabemos existir e não são poucos, tem muita beleza e proporciona uma atmosfera única. A sensação de estar aqui é muito boa e não devemos perder isso. De dia temos essa questão do sol, da praia. De noite temos o agito, as pessoas querendo curtir uma boa comida, música, rever amigos. Tudo isso, essa forma de viver, sem dúvidas, está no meu DNA", explica.

Por falar em identidade, o empresário encontra no regionalismo as principais referências para seu ofício. Nesta saga, ele convida a cultura cearense, numa forma geral, a entrar na sua Fortaleza. "A forma que encontro de fazer essa conexão é através do meu trabalho. No Gastrobar, por exemplo, trago o requinte numa mistura com o regional. Nós somos ricos culturalmente e devemos tirar disso o nosso ponto forte. Ser cearense é ter sorte e confirmar o que dizem por aí, que no Ceará é lugar de povo acolhedor. Isso é verdade. Sempre que posso tento passar essa mensagem", conta.

Nas andanças diárias pelo circuito Varjota-Meireles, ele percebe um cenário que respira movimentação. "Não dá para ficar parado", pontua. A relação de Deda com Fortaleza é de troca. Enquanto ele vive na corrida para proporcionar seu universo de lazer à cidade, com tudo o que o inspira, o empresário também recebe um tanto: as paradas para ver e sentir o mar nas horas livres. Os dias de céu limpo, nos quais reúne os amigos para longos almoços. A noite boêmia que vai do samba à MPB.

Vivenciar Fortaleza e suas diversas possibilidades, para ele, é sinônimo de aconchego e acolhimento. É poder sentir uma cidade que acorda cedo e dorme tarde. Que tem sol, cor, luz e movimento. Um respirar que, em meio à correria, se faz necessário. Viver de entregar e receber experiências, como uma mão de duas vias, com a diversão e o prazer no meio.

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