A persuasão está atrelada a diferentes valores e propósitos, o que exige uma maior compreensão do outro, endossa a sócia da Trajeto RH, Luciana Guedes Pinto. Até porque, para se manter sustentável a longo prazo, o convencimento deve atender todos os envolvidos. “Para que eu consiga ser persuasiva e influenciar o outro, tenho que ter uma visão ampla e estabelecer uma relação ganha-ganha. Não só para eu ganhar, mas os dois lados”.

Cita como exemplo conseguir persuadir alguém a realizar uma compra ou um executivo a fechar um negócio. Mas ter a assinatura do contrato cancelada, posteriormente, por falta de transparência, conhecimento e empatia. “Muitas pessoas querem ser persuasivas sem ouvir o outro, sem mapear e ter clareza de suas necessidades. Não adianta fechar um negócio e não ter uma relação sustentável. Ou mesmo exagerar na persuasão”.

O carisma é testado justamente neste momento, podendo inclusive ajudar a resolver contendas no processo de gerenciamento da carreira ou no sucesso de um negócio, garante Luciana. “Na sua carreira, se tiver habilidade de ouvir as necessidades do outro e também falar das suas necessidades, vai ter menos conflito no ambiente de trabalho. E o carisma vem das pessoas que se conectam e se aproximam do mundo do outro”.

Consultor da Integração Escola de Negócios, Edson Herrero diz que para persuadir, ou melhor, influenciar - em qualquer nível nas organizações - é imprescindível ser protagonista real de mudanças. E provar que suas ações se harmonizam com o as ideias que defende. “É necessário ter conteúdo e profundidade porque numa empresa o lobby se sustenta só até a página 12. Não adianta querer fazer influência no vazio porque não cola. Logo veem que é mais do mesmo”, sentencia.