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Colombianos são presos por suspeita de esquema de agiotagem no interior do Ceará
Economia

Colombianos são presos por suspeita de esquema de agiotagem no interior do Ceará

Foram presos 11 suspeitos, dois deles em flagrante. Grupo tinha aplicativo para controlar clientes em todo o Interior do Estado
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OPERAÇÃO apreendeu celulares, cadernos e dinheiro em espécie com os suspeitos  (Foto: Divulgação/MPCE)
Foto: Divulgação/MPCE OPERAÇÃO apreendeu celulares, cadernos e dinheiro em espécie com os suspeitos

Três colombianos foram presos em operação do Ministério Público do Ceará (MPCE) que investiga crimes de agiotagem no interior do Estado. A operação Préstimos teve como alvos os colombianos Natalia Orosco, Davi Orosco e Cristian Davi, suspeitos de comandar o esquema. Ao todo, foram emitidos nove mandados de prisão temporária e dez de busca e apreensão, sendo 11 suspeitos presos - dois em flagrante.

Além dos três colombianos, o grupo tinha integrantes brasileiros. Eles fazem parte de célula que atuava nos municípios de Pentecoste, General Sampaio e Apuiarés. No entanto, a organização criminosa atuava em todo o Estado realizando empréstimo de dinheiro com juros extorsivos (agiotagem). Na Colômbia, a prática é conhecida como cobro ou cobrito.

Os mandatos foram expedidos após pedido cautelar do promotor de Justiça Jairo Pereira Pequeno Neto, titular das comarcas de São Gonçalo do Amarante, Pentecoste, Umirim e Paraipaba. O juiz Caio Lima Barroso emitiu os mandatos, cumpridos por meio da Promotoria de Pentecoste com o apoio das polícias Civil e Militar da região. Na operação, foram apreendidos celulares, computadores, cartões, cadernos de cobrança, dinheiro e veículos.

A investigação aponta que o grupo possuía aplicativo de celular para acompanhar os valores emprestados e realizar os cálculos dos juros. A prática era realizada por meio da distribuição de cartões de visitas que eram entregues por integrantes da organização a empresários e comerciantes da região. O bando funcionava com tarefas bem divididas, com cobradores, fiscais e gerentes.

Conforme o promotor Jairo Pereira, os juros sobre os valores emprestados eram cobrados diariamente, de forma "ostensiva e ameaçadora". Só no últimos meses, a associação criminosa chegou a movimentar cerca de R$ 2 milhões.

As investigações apontam também que os recursos captados a partir de empréstimos extorsivos foram para um fundo cuidadosamente montado e administrado pela organização criminosa por meio dos aplicativos eletrônicos. Depois, o dinheiro era reinvestido na expansão das atividades ilícitas mediante a estruturação de novos empréstimos em outras cidades.

 

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