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Governo planeja escola de economia do mar no Mucuripe
Economia

Governo planeja escola de economia do mar no Mucuripe

O POVO apurou que o prédio abandonado ao lado do Moinho Dias Branco, em frente ao mar, está cotado para o projeto
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O Governo do Estado planeja uma escola de economia do mar no Mucuripe, conforme apurou O POVO. A avaliação é que os segmentos de portos e transporte marítimo, indústria naval, recursos oceânicos, pesca, aquicultura e processamento de pescado do Ceará sejam impactados positivamente após a instalação do projeto. Hoje já existe modelo similar com a Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco (EGSIDB), na mesma região.

Portanto, a ideia é promover a formação profissional de pessoas para atuarem nos diversos segmentos da chamada economia do mar. Ainda fazem parte do setor econômico: turismo, energia, esportes náuticos, indústria do pescado e embarcações.

O local pretendido, e que precisa ser recuperado, fica em prédio abandonado, há cerca de 20 anos, ao lado do Moinho Dias Branco, mas não pertence ao grupo M. Dias Branco.

Rômulo Alexandre Soares, presidente do Conselho de Relações Internacionais da Federação das Indústrias do Estado (Fiec) e vice-presidente da Federação de Câmaras de Comércio Exterior, acredita que uma iniciativa dessa dimensão é positiva e está diretamente associada com a perspectiva que a economia do mar ganhou nos últimos anos no Ceará.

"Essa economia é transversal e impacta diversos setores relevantes para o Ceará como portos, turismo, pesca, recursos naturais e minerais e biodiversidade. A costa cearense não é somente importante, como está situada numa posição estratégica no Atlântico sul equidistante de mercados importantes como Europa e Estados Unidos", comenta.

À espera de que o setor pesqueiro seja beneficiado e em negociação de longa data com o Governo para instalação de projeto parecido em Acaraú ou Itarema, Paulo Gonçalves, diretor do Sindicato da Indústria de Frio e Pesca do Ceará (Sindfrios), diz que a iniciativa alcançaria milhares de produtores espalhados pelo Estado.

"O Ceará é o estado que mais exporta pescado no Brasil e, em valores, somos os maiores exportadores em volume. Ainda existe muito potencial a ser desenvolvido. Muito mesmo", explana.

O biólogo e professor do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC), Luiz Eduardo Bezerra, acrescenta que a formação de pessoas para atuar nas diversas vertentes da economia do mar deve oferecer grandes retornos ao Estado. Para ele, o setor ainda é pouco valorizado frente ao seu potencial.

"Beneficiaria também nosso turismo, que tem filão baseado no sol e praia como atrativos. Preparar pessoas para esses serviços, que também estão inseridos na economia do mar, é agregador. Preservação da biodiversidade deve ser uma das atenções da Escola, mantendo também um viés conservacionista, de manter os estoques pesqueiros, por exemplo", complementa.

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