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Habitação, saúde e educação puxam maior alta de preços do País em Fortaleza
Economia

Habitação, saúde e educação puxam maior alta de preços do País em Fortaleza

A Capital liderou a aceleração inflacionária nos seis primeiros meses de 2019, ficando acima da média nacional
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A alta dos preços em Fortaleza teve a maior variação do País no primeiro semestre de 2019. No período, o acumulado da inflação ficou em 3,31% e, nos últimos 12 meses, foi de 3,67% - ambos acima da média nacional. O índice inflacionário no Brasil, na primeira metade do ano, variou em 2,23%. Na Capital, os produtos e serviços que mais inflacionaram de valor foram habitação (5,63%), educação (5,36%) e saúde e cuidados pessoais (4,71%).

Alimentação e bebidas (31,72%) tem peso maior na inflação, seguido de Transportes (16,22%) e Habitação (14,96%), segundo o levantamento do IBGE. Grupo de maior impacto no orçamento das famílias, formado por alimentação e bebidas, teve inflação acumulada de 1,72% em 2019 e deflação de 0,73% nos últimos 12 meses. O aposentado Damião Wanderlei, 77, sente que, nos últimos meses, os preços têm aumentado quando realiza suas compras no supermercado.

Ele conta que os "atacarejos" se tornaram saída para comprar com maior economia. "É preciso saber pesquisar, optar por comprar similares que estejam mais em conta", comenta.

A também aposentada Maria Zenaide Carneiro Lopes, 62, lembra que antes de realizar trocas nas opções entre as marcas, prefere utilizar de táticas para fazer com que a compra dure por mais tempo. Ela explica que no caso dos produtos de limpeza prefere os refis líquidos, que permitem que ela regule o uso e também dilua parte do conteúdo em água. "Como os produtos de limpeza que compro são bastante concentrados, acaba valendo pelo preço e tempo que dura".

O pró-reitor de Ensino do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Reuber Saraiva de Santiago, 42, diz que o peso no orçamento é sentido em outras contas além da feira. Ele lista que na sua família os principais gastos são com educação, transporte e saúde.

"Como temos dois carros em casa, são custos dobrados com manutenção, impostos e combustível. Mais de 30% do orçamento chega a ser ocupado com as três áreas", afirma.

Reuber revela que realizou cortes de despesas, destacando o cancelamento da TV por assinatura, que custava R$ 250. "É preciso planejamento financeiro e costumo acompanhar bem os meus gastos, faço planilhas", explica.

A economista e diretora do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE), Darla Lopes, avalia que a inflação impacta principalmente os mais pobres, o que deve fazer com que o endividamento das famílias aumente. "Para conseguir comprar produtos básicos, como os alimentos, o consumidor deverá optar por não pagar alguma outra despesa".

Impacto

A economista e diretora do Ibef-CE, Darla, entende que os motivos para a altas da inflação são "estruturais" e vão desde o aumento do dólar, que afeta o preço das commodities e produtos importados; oscilação do preço do petróleo no mercado internacional, impactando os derivados; até questões climáticas e especulações de mercado, com variações de oferta ou demanda.

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