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Sem limite para correção de valores, tarifas bancárias subiram até 50%
Economia

Sem limite para correção de valores, tarifas bancárias subiram até 50%

| EM DOIS ANOS | Os bancos digitais surgem como opção, mas ainda é preciso cautela. Negociar é a melhor saída para economizar
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Sem uma política de precificação e as empresas livres para estipular o que consideram ideal, as tarifas bancárias praticadas pelas principais instituições financeiras tradicionais (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica, Itaú e Santander) sofreram reajuste médio de 14% nos últimos dois anos, no Brasil. De abril de 2017 a março último, os aumentos observados entre as empresas variaram até 50%.

O levantamento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) acende o alerta sobre a aquisição desses serviços, que em muitos casos são obrigatórios. Para a comparação, foram consultados preços de 70 pacotes ofertados. 

A resolução de 3.919/2010 do Banco Central (BC) prevê apenas que o financista faça o reajuste no prazo mínimo de 180 dias. "Como não há um indicador para a correção de preços, os bancos têm liberdade para fazer o reajuste, cumprindo apenas essa regra", avalia a economista do Idec, Ione Amorim.

Ela destaca que os custos praticados estiveram acima da inflação, medida pelo BC a partir do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 7,45% no período. "Apesar de não serem consideradas ilegais (tarifas), porque estão sendo operadas de acordo com o mercado, podem ser consideradas abusivas, porque têm um caráter extremamente não favorável ao consumidor por justamente estarem muito acima da inflação", diz.

Wilton Daher, economista e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-CE), avalia que os bancos tarifam com o objetivo de formar um colchão de liquidez para a inadimplência.

Também entram no cálculo questões como atendimento personalizado e outros valores agregados ao procedimento ofertado. Na outra ponta, os empreendimentos tradicionais sofrem a pressão dos digitais, que surgem com taxas mais agressivas. "A evolução maior do nosso mercado é por conta das transformações tecnologias e, no fim, vai beneficiar muito consumidor", diz.

Em ambos os casos, explica Ricardo Teixeira, coordenador do MBA de Gestão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o correntista deve ficar atento. "O que acontece é que os bancos têm o direito, a depender do produto, de cobrar ao cliente pela prestação de serviço o que considera justo. O cliente pode e deve negociar a tarifa", considera.

Procurada, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que taxas e tarifas representam o pagamento pela prestação de serviços. "Os bancos são tanto prestadores de serviços quanto intermediários financeiros. Isto é, além de serem remunerados pela concessão de crédito, auferem receitas por outras diversas atividades, tais como administração de recursos de terceiros; realização de operações de comércio exterior e câmbio; realização de cobrança; e processamento de pagamento de empresas, indivíduos e entidades públicas", diz em nota.

A entidade afirma, ainda, que as instituições seguem estritamente as regulamentações do BC no que se refere a cobranças que podem ou não ser feitas. Dentro das normas estabelecidas, cada um determina os preços de seus produtos de acordo com sua estratégia comercial.

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A professora Erika Luiza, 30, conta que dialogou com os bancos para conseguir taxas mais baixas. "No Itaú, quando fui abrir, o valor era alto, conversei com o gerente para pagar menos", lembra. O mesmo ocorreu com o Banco do Brasil, onde também possui conta. "Pago com valor de desconto", calcula. "Mas isso não devia ser cobrado", questiona.

NEGOCIAÇÃO

A professora Erika Luiza, 30, conta que dialogou com os bancos para conseguir taxas mais baixas. "No Itaú, quando fui abrir, o valor era alto, conversei com o gerente para pagar menos", lembra. O mesmo ocorreu com o Banco do Brasil, onde também possui conta. "Pago com valor de desconto", calcula. "Mas isso não devia ser cobrado", questiona.

DICAS PARA PAGAR MENOS

1. Avalie com regularidade sua movimentação financeira e veja quais serviços você mais usa.

2. Pergunte-se qual sua familiaridade com plataformas virtuais.

3.Verifique a disponibilidade do acesso à internet na região onde mora.

4. Procure saber as reclamações sobre o banco que você pretende contratar.

5. Compare os preços dos serviços e avalie os benefícios oferecidos em cada um.

6. Confira a cobertura de serviços e contratos disponíveis com informações claras e objetivas sobre a sua contratação.

FONTE: IDEC

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