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Hapvida alcança nota máxima da Fitch e amplia interesse de investidores
Economia

Hapvida alcança nota máxima da Fitch e amplia interesse de investidores

| Classificação de risco | Além de ter aberto capital em 2018, a operadora anunciou aquisição de R$ 5 bilhões em maio deste ano e obteve selo de qualidade
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Pouco mais de um ano após abrir capital na Bolsa de Valores, a Hapvida foi conceituada ontem com nível máximo pela agência de risco Fitch Ratings. Prestes a ser a maior operadora do Brasil e maior rede verticalizada do mundo com a finalização do acerto da compra do grupo São Francisco por
R$ 5 bilhões, anunciada em maio deste ano, a empresa cearense agora está na lupa de investimentos internacionais.

Para o diretor financeiro da Hapvida Participações e Investimentos S.A, Bruno Cals, o resultado da avaliação comprova a solidez financeira do grupo para o desenvolvimento dos negócios. "Coloca o Hapvida em um grupo restrito de empresas brasileiras que possuem nota máxima de avaliação dada pela agência", avalia. A qualificação atribuída é representada por "Rating Nacional de Longo Prazo 'AAA (bra)'.

A agência de risco confere à empresa o mesmo nível atribuído à Sociedade Israelita Brasileira - Hospital Albert Einsten e destaca o modelo de gestão da Hapvida e a abertura de capital em plena crise econômica do País. "Se você tem uma empresa organizada, que realmente tem uma fatia de mercado e marca forte, abrir capital é uma maneira de expandir e garantir a perpetuação futura", analisa o economista Alcântara Macedo.

Agora o desafio será executar integração das operações do grupo São Francisco, missão aparentemente não muito difícil, já que a empresa terá ações (HAPV3) ainda mais valiosas no mercado financeiro, ontem a R$ 37 na B3. "O preço da ação vai melhorar", analisou o mestre em Economia e diretor da Finanq, Eldair Melo.

Outra vantagem a partir do reconhecimento de baixo risco é a aquisição de recursos a juros mais baixos. "Estimula as instituições financeiras a emprestar dinheiro a um custo menor. Se a empresa paga 9%, por exemplo, passará a pagar cerca de 6%", acrescenta. O mais valioso, segundo ele, é tornar a operação mais rentável do que o empréstimo feito.

Ter obtido selo de qualidade da Organização Nacional de Acreditação (ONA) e organizar o sistema de atendimento - que minimiza o tempo que o paciente passa na unidade hospitalar - contribuiu para os bons resultados do grupo. "Isso inclui robusta liquidez, ao mesmo tempo em que fortalece sua relevante posição de mercado, apoiada na estratégia de crescimento orgânico e inorgânico", cita a Fitch.

Por que a empresa é confiável

A Fitch atribuiu 'AAA(bra)' a Hapvida e à sua proposta de primeira emissão de debêntures quirografárias, no montante de R$ 2 bilhões, que será realizada em duas séries, com o vencimento da primeira série em 2024 e o da segunda, em 2026. Os recursos das debêntures serão utilizados para a aquisição do Grupo São Francisco. A perspectiva do rating corporativo é estável.

BAIXO RISCO DA INDÚSTRIA

Mesmo com o País em crise, a empresa apresentou resiliência, com impacto limitado na receita.

FORTE PERFIL DE NEGÓCIOS

Com foco nos usuários de baixa e média renda, o que dificulta a atuação da concorrência. Hapvida tinha, em março, 4 milhões de clientes e a Fitch projeta 6,3 milhões ao fim deste ano.

GERAÇÃO DE CAIXA CRESCENTE

Pelas projeções da agência, o Ebitda da Hapvida em 2019 será de R$1,2 bilhão.

ALAVANCAGEM FINANCEIRA CONSERVADORA

A Fitch acredita que a companhia manterá sua conservadora alavancagem financeira.

PREMISSAS

As principais premissas do cenário de rating da Fitch para a Hapvida incluem: crescimento do número de beneficiários de planos de saúde no País estável em 2019; manutenção da posição de mercado da companhia em 11% (por número de beneficiários pós aquisição) no mercado nacional; investimentos anuais correspondentes a 4,7%-5,5% da receita líquida (equivalente a R$ 375 milhões em média); e distribuição de dividendos de 25% do lucro líquido distribuível (média anual de R$ 195 milhões).

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