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O impacto da fusão entre Aliansce e Sonae em Fortaleza
Economia

O impacto da fusão entre Aliansce e Sonae em Fortaleza

|Sócia do Shopping Parangaba | Novo negócio deve apresentar grande atuação no Ceará, além de pressionar concorrentes no segmento a melhorar serviços
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A fusão entre as administradoras Aliansce (ALSC3) - que detém 40% da gestão do Shopping Parangaba - e a Sonae Sierra Brasil (SSBR3) pode impactar o mercado em Fortaleza. O acordo foi aprovado sem restrições pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A negociação deve tornar a concorrência do segmento mais acirrada e pressionar a melhoria nos serviços.

Juntas, as empresas terão 40 empreendimentos no portfólio, ficando na liderança em número de shoppings do País. Aliansce terá 67,90% do capital social e votante da nova companhia. Já a Sonae terá 32,10%. O economista Sérgio Melo acredita que benefícios podem vir no curto prazo. Dentre eles, o aumento da produtividade, redução de custos, a melhoria do resultado e profissionais mais qualificados. "Nesse processo, há uma seleção dos melhores profissionais que estão concentrados num mesmo lugar", analisa.

Ele pondera, no entanto, que há possibilidade de cortes no período de transição. "Num segundo momento haveria a ampliação dos negócios, e junto disso a geração de novos empregos", complementa. Outro ponto, cita, é a melhoria estratégica dos serviços ofertados pelos concorrentes. "Aqueles que ainda não passaram ou pensaram num processo de fusão e aquisição têm que pensar nisso, porque a consolidação de determinados setores é inevitável".

Na avaliação do economista Alcântara Macedo, o segmento está fragilizado em razão das instabilidades econômicas no País. "Em Fortaleza, a oferta de shopping já está no limite", ilustra. "Eu diria que a crise surpreendeu com mais força do que os investidores deste setor esperavam. E, por isso, a rentabilidade, a taxa de retorno do negócio, não está da maneira que foi projetada. Então, como há uma disputa de mercado, a união de empreendedores pode ser uma boa ideia para se fortalecer", mensura.

O controle será dividido por quatro acionistas principais, detentores da maioria do capital: CPPIB (Canada Pension Plan Investment Board), Renato Rique, OFO (Grupo Otto) e Sonae Sierra SGPS.

O volume total de vendas dos shoppings próprios das duas empresas somou aproximadamente R$ 14,8 bilhões nos últimos 12 meses. A Aliansce Sonae Shopping Centers desponta com receita líquida de R$ 876 milhões e Ebitda de R$ 630 milhões nos últimos 12 meses, o que a torna a terceira no ranking nestes indicadores entre os shopping centers brasileiros.

"Pretendemos gerar valor no longo prazo para nossos lojistas e parceiros de negócio, além de oferecer grande oportunidade de crescimento para nossos colaboradores", pontua Renato Rique, diretor-presidente e presidente-executivo do Conselho da Aliansce.

O POVO procurou a Sonae, mas não obteve respostas até o fechamento desta edição. O Grupo Marquise, majoritário (60%) na gestão do Parangaba, afirma que mantém igual posicionamento da Aliansce.

B3

Ontem, a Aliansce fechou em queda de 0,18%, cotada a R$ 24,60. A Sonae caiu 0,94%, vendida a R$ 30,70.

 

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