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Petrobras vai sair do transporte e distribuição de gás, confirma presidente
Economia

Petrobras vai sair do transporte e distribuição de gás, confirma presidente

| Vendas | A empresa ainda vai se desfazer de mais quatro refinarias. Serão reduzidos 50% da capacidade de refino da Petrobras
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Presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse ontem que a empresa deve divulgar até o fim do mês ou início de agosto o teaser de venda de mais quatro refinarias das quais vai se desfazer. A intenção é vender no prazo de 18 a 24 meses. O executivo ainda confirmou que a empresa pretende sair das distribuidoras de gás natural das quais participa, cerca de 20, e devolver a concessão de distribuição de gás no Uruguai. Além disso, não quer mais participar do segmento de transporte de gás.

"Estamos decididos a sair completamente do transporte e distribuição de gás natural", enfatizou. O presidente da Petrobras ainda afirmou que a estatal vai participar "com entusiasmo" do leilão de áreas excedentes da cessão onerosa, no fim do ano.

As vendas das refinarias para o mercado privado devem reduzir a capacidade de refino da empresa em 50% e visam romper o monopólio da estatal sobre esse mercado. Também vão contribuir para maior alocação de capital em outras atividades, como a exploração e a produção de petróleo e gás em águas profundas.

A comercialização das oito refinarias já foi aprovada pelo plenário do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). São elas a Abreu e Lima (Rnest); Landulpho Alves (Rlam); Gabriel Passos (Regap); Presidente Getúlio Vargas (Repar); Alberto Pasqualini (Refap); Isaac Sabbá (Reman), a Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor) e a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX).

Para evitar que se formem monopólios privados, a venda de refinarias nas mesmas regiões não poderá ser feita para um mesmo grupo. Já foram identificados potenciais interessados, mas, para o presidente da Petrobras, os compradores não devem ser grandes petrolíferas globais, uma vez que essas empresas vem reduzindo sua participação no setor de refino.

Castello Branco adiantou também que a Petrobras pretende assinar um protocolo de intenções com a Secretaria Nacional de Segurança Pública para combater o furto em duto de combustíveis. Acordos semelhantes já foram assinados com os governos do Rio de Janeiro e de São Paulo, estados onde ocorre 83% dos casos desse crime.

"O furto de combustíveis produz, não só perdas para a companhia, em termos do próprio combustível que é subtraído e de equipamentos, mas também riscos de acidentes ambientais e para a vida humana."

O presidente da Petrobras disse ainda que atualmente 4 mil pessoas trabalham na construção de um gasoduto para levar o gás do pré-sal para o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, e que o número de trabalhadores pode chegar a 7,5 mil. Cerca de 4 bilhões de dólares foram investidos no projeto, que prevê ainda uma planta de regaseificação. (Das agências)

 

Mudança

Castello Branco disse que as mudanças na gestão farão com que a Petrobras seja "completamente diferente" nos próximos dois anos.

 

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