Logo O POVO+
Fortaleza é a 5ª capital em que motoristas mais admitem uso de celular ao volante
CIDADES

Fortaleza é a 5ª capital em que motoristas mais admitem uso de celular ao volante

Pesquisa do Ministério da Saúde mostra que 23% dos fortalezenses confessam usar o telefone enquanto dirigem
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
USO DE CELULAR ao volante é fator de risco no trânsito, ao lado de consumo de álcool e velocidade excessiva (Foto: Alex Gomes / ESPECIAL PARA O POVO)
Foto: Alex Gomes / ESPECIAL PARA O POVO USO DE CELULAR ao volante é fator de risco no trânsito, ao lado de consumo de álcool e velocidade excessiva

Uma a cada cinco brasileiros admite falar ao celular enquanto dirige. E Fortaleza se destaca nessa preocupante estatística: é a quinta capital do País com o maior número de motoristas que usa o telefone enquanto guia. Conforme pesquisa do Ministério da Saúde (MS), 23,5% dos fortalezenses admitem usar o celular ao volante. Os dados são do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).

A capital cearense só fica atrás de Belém (24,1%), Rio Branco, Cuiabá (ambas com 24%), e Vitória (23,7%). A média nacional foi de 19,5%.

As capitais com os menores índices de uso de celular foram Salvador (14,2%), Rio de Janeiro (17,2%), São Paulo (17,4%) e Manaus (18,0%). Além do levantamento por cidade, o Ministério da Saúde também computou o uso de celular por escolaridade e idade. A pesquisa mostrou que pessoas com maior escolaridade (12 ou mais anos de estudo) são as que mais usam celulares ao volante. São 26,1% o número de pessoas nessa faixa que responderam afirmativamente ao questionamento da pesquisa. O comportamento também aparece de maneira mais frequente em pessoas entre 25 e 34 anos: 25,1% das pessoas nessa faixa etária admitiram o uso. Ao todo, o levantamento entrevistou, por telefone, 52.395 pessoas, todas maiores de 18 anos, entre fevereiro e dezembro de 2018.

Conforme André Luís Barcelos, assessor técnico da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), as estatísticas são preocupantes, sobretudo, pela forma que os smartphones são usados hoje em dia — mais para enviar e receber mensagens em aplicativos que para falar. Ele alerta que o risco neste caso é ainda maior, já que, além da atenção dispensada, o motorista tira o olho do trânsito. "É como se você perdesse dois sentidos", compara.

O especialista exemplifica que, a uma velocidade de 60km/h, perder dois segundos que sejam para enviar um aparentemente simples "ok", faz com que o carro trafegue cerca de 35 metros às cegas.

Publicação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2018 coloca o uso de celular como fator de risco no trânsito ao lado de velocidade excessiva e do álcool. "A popularização dos telefones celulares e de modernas tecnologias veiculares tornou-se uma das mais novas preocupações da área de segurança viária. O uso de celulares, especialmente os multifuncionais smartphones, é fonte de distrações visuais, auditivas, manuais e cognitivas", afirma "Trânsito: Um Olhar da Saúde para o Tema".

Para André Luís Barcelos, a fiscalização é apenas parte do processo para mudar esse perigoso hábito. Ele acredita que a conscientização, através de campanhas de comunicação, seja a melhor forma de alerta."A população precisa entender esse risco. Ela tem que se sentir responsável pela mudança de cultura".

(Foto: )

Multas

De janeiro a junho deste ano, a AMC informa já ter registrado cerca de 3.400 infrações pelo uso do celular.

O que você achou desse conteúdo?