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Guedes diz que relatório apresentado na Câmara pode abortar Previdência
Economia

Guedes diz que relatório apresentado na Câmara pode abortar Previdência

| Ministro da Economia | A preocupação é com a economia prevista de R$ 1,2 trilhão em dez anos, que cairia, segundo ele, para R$ 869 bilhões
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 (Foto: Adriano Machado/Agência Brasil)
Foto: Adriano Machado/Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem que o relatório apresentado pela Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados teve um recuo na regra de transição que pode "abortar a Nova Previdência". Segundo ele, com as mudanças propostas no documento, a economia esperada com a reforma cai de R$ 1,2 trilhão em dez anos para cerca de R$ 860 bilhões em igual período.

"Pressões corporativas dos servidores do Legislativo forçaram o relator a abrir mão de R$ 30 bilhões para os servidores do Legislativo, que já são favorecidos. Recuaram na regra de transição. Como isso ia ficar feio, estenderam também para o regime geral. Isso custou R$ 100 bilhões", disse Guedes.

Segundo ele, as mudanças foram maiores do que o governo esperava. "Entregamos (a reforma) com uma economia prevista de R$ 1,2 trilhão. Eu esperava que cortassem o BPC e o rural. Com R$ 1 trilhão, conseguiríamos lançar a nova Previdência. Mas na verdade, cortaram R$ 350 (bilhões, da economia de R$ 1,2 trilhão prevista inicialmente)", explicou.

O ministro disse que ainda não criticaria as mudanças porque ele ainda está esperando pela tramitação no Congresso. "Vou respeitar a decisão do Congresso. Agora, se aprovarem a reforma do relator, abortaram a reforma da Previdência", disse. "Continuam com a velha Previdência".

Sobre a retirada da proposta de capitalização da Previdência do relatório, Guedes disse que, diante da redução da economia esperada (de R$ 1,2 tri para R$ 860 bi), a questão da capitalização não faz muita diferença.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que está mantida a projeção de votação da reforma da Previdência nos dois turnos do Plenário da Casa antes do recesso parlamentar, em julho.

Segundo ele, o debate na comissão especial deve começar na terça-feira para que o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) seja votado até dia 26. "Há grande ambiente de aprovação da reforma, não vamos tirar o foco", disse.

Maia ainda colocou o ministro Paulo Guedes no grupo de membros do governo de Jair Bolsonaro que são responsáveis por crises políticas. "É triste ver um ministro que sabe do nosso esforço criar uma crise. Mas não vamos entrar nessa usina de crises que é o atual governo, e infelizmente o ministro Paulo Guedes passa a ser um ator dessas crises", disse. "O ministro da Economia sempre foi o bombeiro (de situações de crise), agora o bombeiro é o Parlamento", afirmou. Maia disse que não se sente traído por Guedes, porque não tem compromisso com o governo. (Agência Estado)

 

Protestos

Sobre as manifestações de ontem contra a reforma, o ministro disse apenas que protestos deveriam ser feitos sábado ou domingo para evitar engarrafamentos nas cidades.

 

Maia

"Minha prioridade é garantir a economia fiscal de R$ 950 bilhões e trabalhar até o dia da votação para atrair os governadores", disse Mais sobre a reforma.

 

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