O custo inicial, que pode variar de acordo com o tamanho e tipo de projeto, continua sendo um desafio. Uma pessoa, por exemplo, que costuma pagar, em média, R$ 300 por mês de conta de luz, precisa de um sistema de placas fotovoltaicas em torno de R$ 15 mil a R$ 20 mil, conforme simulação feita pelo O POVO. Porém, este é o tipo de investimento que se paga em média de cinco a seis anos e com vida útil de 25 a 30 anos.

Consumidores que já estão gerando sua própria energia afirmaram que o custo-benefício vale a pena. O empresário, José Roberto da Costa Junior, 52, por exemplo, fez a implantação de placas solares na sua residência há pouco mais de um ano. O sistema, que, à época, custou em torno de R$ 25 mil, foi projetado para gerar energia suficiente para abastecer o consumo da casa onde mora, um apartamento de praia e mais a empresa.

Com isso, os gastos da conta de luz somados caíram de R$ 900 por mês para uma média de R$ 230. "Isso porque a conta não zera completamente porque ainda tem o consumo mínimo da Enel e a taxa de iluminação pública. Para mim, também, esta é uma questão importante porque sei que estou gerando energia limpa, com menos impacto ao meio ambiente".

O engenheiro de estrutura, Paulo Barroso, de 67 anos, diz que se entusiasmou com a ideia em 2006, quando viu a realidade da Alemanha, hoje uma das maiores produtoras mundiais. Mas somente em novembro de 2017 tirou os planos do papel. A mini usina, feita no telhado da garagem, gera 1.080 kWh por mês. O suficiente para garantir o abastecimento da casa e sobra. "A minha conta era de R$ 1.600 por mês, agora, R$ 350. Mas eu acho que se não fosse isso era para estar pagando uns R$ 2 mil com os aumentos que já tiveram de lá para cá".

Ele diz que a instalação em si demorou apenas dois dias, o que demorou um pouco mais foi o processo de liberação na Enel. Ainda assim, avalia que foi um prazo rápido. O custo de implantação na ordem de R$ 65 mil termina de ser pago em mais três anos. "E ainda vou ter muito tempo para usufruir".