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Em nove anos, indústria do Ceará foi a segunda que mais cresceu no NE
Economia

Em nove anos, indústria do Ceará foi a segunda que mais cresceu no NE

| IBGE | Apesar da crise, entre 2008 a 2017, o Estado aumentou em 15% a participação no valor da transformação industrial no Nordeste
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Mesmo com a crise, o Ceará foi o segundo estado que mais aumentou sua participação no valor da transformação industrial (VTI) no Nordeste em nove anos. Saiu de 11,6%, que tinha em 2008, para 15% em 2017, uma alta de 3,4 pontos percentuais, conforme a Pesquisa Industrial Anual, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Perde apenas para Pernambuco que aumentou sua participação em 8,5 pontos percentuais no período.

No Ceará, o segmento que mais contribuiu a esse aumento de participação foi calçados que teve, em nove anos, uma taxa de crescimento de 19,88% no valor de transformação industrial do Estado. Em seguida, aparece vestuário e acessórios (11,45%).

O setor alimentício, apesar de ter reduzido sua participação em 0,3 ponto percentual no período, segue liderando o ranking, respondendo por 21,5% do VTI do Ceará e mantendo-se como atividade mais importante em faturamento. Em 2017, dos R$ 17,2 bilhões que a indústria da transformação movimentou, pouco mais de R$ 3,7 bilhões vieram da fabricação de produtos alimentícios.

A gerente de análise e disseminação do IBGE, Synthia Santana, explica que, embora entre 2016 e 2017, tenha ocorrido um aumento expressivo na participação da metalurgia no Ceará, em função do início das operações da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), passando de 1,7% para 4,3% em um ano, na análise dos nove anos, estes números ainda não se destacavam no total da produção industrial. "Mas pode ser que se reflita com mais intensidade nas próximas pesquisas", afirma.

Em Pernambuco, as principais transformações ocorreram em razão do surgimento da atividade de refino de petróleo e o desenvolvimento do setor automotivo a partir da instalação de novas indústrias. O Maranhão também se destacou pelo avanço da cadeia de papel e celulose e das atividades de extração de gás natural. Já a Bahia segue respondendo por 40% do valor de transformação industrial do Nordeste, mas caiu 12 pontos percentuais em relação a posição que ocupava em 2008.

Do ponto de vista regional, a pesquisa do IBGE mostra que, embora tenha perdido representatividade ao longo dos últimos 10 anos, o Sudeste foi responsável por 58% do valor da transformação industrial em 2017, mantendo-se na liderança do ranking da produção industrial no País. Seguida das regiões Sul (19,6%), Nordeste (9,9%), Norte (6,9%) e Centro-Oeste (5,6%).

O recuo de 4,2 p.p. no Sudeste, entre 2008 e 2017, ocorreu em favor do deslocamento produtivo em direção à região Centro-Oeste, que registrou o maior avanço (1,9 p.p.). Enquanto o Nordeste se manteve praticamente estável no período.

"E muitas destas transformações ocorreram por conta do impacto que a crise econômica teve nos últimos anos para a indústria", afirma Synthia Santana.

O economista Gilberto Barbosa acredita, no entanto, que melhores ventos hão de vir. Ele explica que o investimento que o Ceará tem feito em infraestrutura em aeroportos e portos, por exemplo, aliado à política de incentivos fiscais implantada nos últimos anos, tem atraído indústrias relevantes para o Estado. O segmento de energias renováveis é um exemplo.

"Acredito que a participação do Ceará no Nordeste deve crescer e ganhar mais ritmo daqui para frente. Principalmente, se as reformas estruturantes, como a da Previdência, forem aprovadas, porque a economia brasileira como um todo voltará a crescer".

 

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