Uma equipe de engenharia do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) realizou, ontem, 2, uma averiguação e constatou que existe risco iminente de desabamento do prédio na travessa Campo Grande, na Maraponga, que, no último sábado, sofreu uma inclinação de 15 graus. As informações são da assessoria do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE).
Nesta segunda-feira, 3, às 8 horas, técnicos da Defesa Civil avaliarão a possibilidade de implosão do edifício. Dezesseis famílias tiveram que desocupar o local às pressas no sábado. Não houve feridos. Moradores de 12 casas vizinhas também foram retirados de seus imóveis por medida de segurança.
A região está isolada e uma equipe da Polícia Militar (PM) impede a passagem pelo local. Ainda assim, há muitos curiosos que, contrariando a orientação da Defesa Civil, aparecem para fazer fotos e vídeos.
Arlane do Nascimento, 33, moradora de uma casa em frente ao edifício, explica que a vizinhança teme explosões e está apreensiva. O Corpo de Bombeiros, no entanto, descarta este risco. De acordo com tenente Romário Fernandes, a equipe que fez uma vistoria no sábado não detectou vazamentos.
Ontem, durante uma nova visita ao local, equipes de salvamento da corporação conseguiram resgatar um cachorro que continuava dentro do prédio de quatro pavimentos. Um drone foi utilizado na ação.
No sábado, os moradores abandonaram o edifício após escutarem um estrondo por volta das 16 horas. "Todo mundo saiu correndo desesperado. Estamos só com a roupa do corpo", relatou o enfermeiro, Jarbas Torres, 38, morador do prédio.
Relatos dão conta que há duas semanas surgiram rachaduras. Engenheiros levados pelo proprietário teriam minimizado a gravidade da situação. Na última quinta-feira, 30, no entanto, um laudo técnico Defesa Civil constatava uma inclinação no prédio.
Conforme O POVO noticiou ontem, o agente da Defesa Civil Amauri Melo afirma ter feito a medição dos cinco pilares alinhados. Segundo ele, percebeu-se o declive de uma das colunas e uma abertura no final do muro de 1,5 centímetros. "A gente percebeu que em cada base do pilar houve uma remoção. Foi colocado uma argamassa para uma suposta irregularidade da fundação", explicou. (Jullie Vieira e Lucas de Paula)