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Fruticultura no Ceará com safra em ascensão
Economia

Fruticultura no Ceará com safra em ascensão

| Chuvas impactam | A perspectiva é que 2019 seja a melhor safra de frutas em cinco anos. A movimentação do produto já está em alta no Porto do Mucuripe e no Aeroporto de Fortaleza
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Fatores internos e externos beneficiam produtores de frutas do Estado na safra de 2019. A quantidade de chuvas no Ceará neste início de ano e a abertura de potenciais mercados consumidores com o desenvolvimento do hub aéreo da Air France-KLM, ligando à Europa, e o Porto do Pecém com nova rota rumo ao Mediterrâneo, parando em Valência, na Espanha, devem contribuir com a crescente.

Com a melhoria do cenário, a fruticultura deve expandir sua participação na balança comercial cearense, pois existe expectativa que esta seja a melhor safra desde 2014, último ano em que o setor teve resultados relevantes.

No Terminal de Cargas do Aeroporto de Fortaleza, a fruticultura representa 65% do volume escoado, segundo a Fraport. Europa é o principal destino. Nos porões das aeronaves, crescimento de 58% no volume exportado. Alta de pouco mais de 1,7 tonelada em 2018 para 2,8 toneladas em 2019. O número de saídas cresceu 71,59%. Passou de 616 para 1.057 AWBS (conhecimentos aéreos exportados).

Nos portos, o resultado da safra de 2018 foi satisfatório após resultados ruins entre 2015 e 2017. No Porto do Mucuripe, em Fortaleza, entre 2017 e 2018 houve crescimento de 1.265% no volume de contêineres que foram para outros países.

No Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) as saídas de frutas representam 20% do total comercializado para o Exterior. Incluindo a castanha de caju, foram movimentadas 92.108 toneladas de produtos. O resultado deste ano deve alcançar o Oriente Médio, com a nova rota do Pecém rumo à Espanha.

Duna Uribe, diretora executiva comercial do Cipp, anuncia que a partir de junho haverá roteiro definido para a rota gerida pela MSC. "A importância é grande. O porto ganha com o escoamento, pois a fruticultura é uma área de influência na cadeia logística", diz.

O economista do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Antônio Martins, aponta que depois do setor exportar 86 milhões de dólares em 2018, o desafio é diferenciar os destinos.

A prospecção de novos mercados já rendeu frutos em 2018, com altas significativas nas exportações para países como Rússia, com variação positiva de 498% nas compras de produtos cearenses, seguida de Reino Unido ( 57%), Suécia ( 47%) e Espanha ( 46%).

O secretário executivo do Agronegócio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), Sílvio Carlos Ribeiro, afirma que já é notado entre empresários e investidores um grande ânimo para esta safra - que inicia em agosto. A expectativa maior fica por conta dos negócios envolvendo o melão, "carro-chefe da fruticultura cearense".

"E também nos últimos anos cresceu a exportação de frutas exóticas, como por exemplo a pitaya, que começou a ser produzida no Estado, a romã, o mirtilo - que deve dar resultados melhores no futuro".

Observatório

Estados Unidos são o principal comprador de frutas e castanha de caju do Estado, com 50,5 milhões de dólares.

 

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