A população está dividida em relação à reforma da Previdência. Segundo pesquisa CNT/MDA, divulgada ontem, 45,6% da população rejeitam a proposta e 43,4% aprovam a matéria. Outros 11% não sabem ou não quiseram responder.
Para o levantamento, foram realizadas 2.002 entrevistas em 137 municípios de 25 unidades da federação entre os dias de 21 e 23 de fevereiro. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais, considerando o nível de confiança de 95%.
A proposta de reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro (PSL) foi encaminhada ao Congresso na semana passada e é uma das principais apostas da equipe econômica.
Ontem, o presidente teve uma reunião com líderes partidários para discutir a reforma. Depois de quase dois meses de gestão, o governo percebeu que precisa abrir um canal eficiente de diálogo com essas lideranças para conseguir colocar seus projetos em andamento no Congresso Nacional.
Dentre as resistências para a votação, estão as regras de aposentadoria para militares, por parte da própria categoria no Congresso. Um grupo de 20 deputados oriundos das polícias e corporações de bombeiros militares se reuniu ontem para afinar o discurso contrário a alguns pontos da matéria.
Já o PR, bancada atualmente de 38 deputados, anunciou que não vai aceitar qualquer mudança em relação à Previdência de professores, nem da rede pública nem da privada. "Nossa posição é de apoio total ao magistério do nosso País", afirmou o líder do partido na Câmara, deputado José Rocha (PR-BA).
Ele acrescentou que o partido tem interesse em ficar com a relatoria da Proposta de Emenda Constitucional, na Comissão Especial que será criada, e que indica o deputado Giovani Cherine (RS) para a missão.
Em relação à bancada do DEM, legenda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai ser difícil aprovar as mudanças previstas no Projeto de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência no benefício assistencial (de Prestação Continuada, BPC) para "idosos miseráveis" e na aposentadoria rural. Parte dos deputados se reuniu ontem e, segundo o líder Elmar Nascimento (BA), estas questões ficaram praticamente fechadas.
Nascimento afirmou ainda que o DEM deve querer debater outros pontos da reforma, como aposentadorias de professores e o regime de capitalização. Ele destacou que o partido, no entanto, defende a reforma.
Para amenizar os futuros contrapontos, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, declarou que o governo está mostrando o texto da reforma da Previdência, tirando dúvidas e recebendo sugestões. Ele ressaltou, porém, que os parlamentares devem "manter a espinha dorsal" da proposta durante a tramitação no Congresso Nacional. (Com Agência Estado)
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Projeto
O vice-presidente Hamilton Mourão ressaltou que as mudanças na Previdência dos militares serão de fato encaminhadas por meio de um projeto de lei e não por medida provisória.