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Preço alto fez cearense buscar alternativas na hora de abastecer
Economia

Preço alto fez cearense buscar alternativas na hora de abastecer

| COMBUSTÍVEIS | Relatório da ANP revela que o consumo da gasolina caiu 3,9% e o do etanol cresceu 38%,1, no fechamento do ano passado
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O consumo de gasolina caiu 3,9% no Ceará, em 2018. O crescimento em 38,1% da comercialização de etanol, em igual período, mostra que os consumidores buscaram o combustível como alternativa ao aumento de preços, alavancados especialmente após a greve dos caminhoneiros, em maio do ano passado. Os dados são da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)

Os números da ANP ainda revelam uma variação positiva de 1,5% no consumo do diesel no ano passado ante 2017. Segundo o assessor econômico do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado (Sindipostos-CE), Antônio José Costa, o resultado foi positivo graças à medida tomada pelo Governo Federal de diminuir o preço do óleo como condição para o fim da greve. Neste ano, Costa espera que o preço fique estabilizado e o consumo cresça.

Bruno Iughetti, consultor na área de combustíveis e energia, avalia que a opção de outros produtos à gasolina é uma tendência de comportamento que deve continuar enquanto o preço não for favorável. Porém, ele diz que a gasolina ainda é a preferida do motorista pelo volume comercializado, que chega a 1,3 milhão de metros cúbicos (m³). Sobre a variação de valores, avalia que a greve dos caminhoneiros representou um divisor de águas.

"Antes o motorista tinha um padrão de consumo de completar o tanque. O hábito está sendo afastado e ele abastece exatamente a sua necessidade. Também migraram para o etanol, pois o preço é mais competitivo que a gasolina", afirma.

Iughetti ainda acredita que outra tendência crescente é o uso de Gás Natural Veicular (GNV) para motoristas profissionais, mas pondera que o custo de instalação do kit, manutenção e valores de licenças acabam não favorecendo os demais motoristas.

A busca pela economia fez com o servidor público André Lopes, 35, avaliasse os gastos e colocasse o carro da família à venda para utilizar somente sua moto e, sua esposa, aplicativos de transporte.

Eveline Santos, 36, é autônoma e explica que à medida em que o preço da gasolina ficava mais alto, aumentava a proporção de etanol no tanque. Ela ainda revela que, mesmo com preços menores, procura abastecer onde está mais em conta. "A gasolina ficou quase R$ 5 em 2018. Depois que o ano virou os preços ficaram mais baixos".

Aécio Alves de Oliveira, professor de Economia Ecológica da Universidade Federal do Ceará (UFC), dá a dica para que o consumidor saiba escolher entre álcool e gasolina. "Existe uma diferença de eficiência energética entre os combustíveis, então, é preciso que o preço do etanol seja até 70% do valor da gasolina para ser vantajoso".

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