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Ibovespa renova máxima histórica pela 6ª vez no fechamento e dólar sobe
Economia

Ibovespa renova máxima histórica pela 6ª vez no fechamento e dólar sobe

| MERCADO| A piora do humor no mercado internacional a partir do discurso do presidente do Fed fortaleceu o dólar
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O dólar subiu após sucessivas quedas e a bolsa encerrou o pregão de ontem renovando máxima histórica pela sexta vez neste ano após uma tarde de alternância de sinais, em parte, seguindo a instabilidade vista nos principais índices do mercado acionário nos Estados Unidos. O índice Bovespa fechou em alta de 0,21%, aos 93.805,93 pontos. Durante a sessão de negócios, na máxima, renovou um novo pico ao tocar nos 93.987,17 pontos - bem perto dos 94 mil, onde, graficamente, existe um novo ponto de resistência.

Segundo Marco Tulli Siqueira, gestor de renda variável da Coinvalores, sem notícias locais relevantes, pesou o noticiário internacional. A maior instabilidade do índice por aqui ocorreu principalmente durante o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, quando os ativos do mercado americano reagiram de maneira negativa, mesmo que pontualmente.

Powell enfatizou que a principal preocupação no momento para os EUA consiste nos desenvolvimentos da economia global. Também falou que não há um plano predefinido para novos aumentos nas taxas de juros. "Nesse sentido, se ele reduzir o número de altas ou parar de subir juros é bom para o Brasil, porque acaba estimulando a vinda de recursos estrangeiros para cá", notou Tulli.

 

?Ainda segundo o gestor da Coinvalores, as perspectivas domésticas para a economia, com inflação e juro básico baixo por um período mais longo, seguem sendo a força motriz para sustentar o índice. Além disso, ainda está na conta a expectativa positiva com relação ao governo de Jair Bolsonaro.

 

Ontem o dólar voltou para o nível de R$ 3,70, influenciado pela valorização da moeda norte-americana no Exterior e por fatores técnicos. Após a euforia de quarta-feira no mercado, quando a moeda norte- americana caiu para o menor valor em mais de dois meses, as mesas de câmbio esperavam um ajuste nesta quinta nas cotações.

 

Pela tarde, a divisa operou em alta. O discurso do presidente do Fed reforçou o tom de cautela dos investidores, ao afirmar que o balanço da instituição será "reduzido substancialmente", o que vai retirar liquidez da economia mundial. O dólar à vista fechou em alta de 0,66%, a R$ 3,7076.

 

Na parte da tarde, a moeda americana renovou sucessivas máximas, chegando a R$ 3,72. As mesas de câmbio relataram que há a expectativa de uma saída de recursos do País nesta sexta-feira, que fazem parte de uma operação de empresa, e os investidores locais já teriam se antecipado a este movimento na tarde de ontem.

 

Mesmo com o dado, o dólar ainda acumula desvalorização de 4,33% e nos nove últimos pregões caiu em sete deles. Especialistas alertam, porém, que o potencial de valorização do real pode estar perto do fim.

 

A analista de moedas em Frankfurt do banco alemão Commerzbank, Thu Lan Nguyen, afirma que não vê muito mais potencial de alta do real, na medida em que boa parte das boas notícias já foi precificada nas cotações, sobretudo a perspectiva de avanço das reformas. "Agora os investidores vão querer ver essas reformas implementadas", afirma ela. A analista do Commerzbank alerta para riscos no avanço das reformas nos próximos meses, sobretudo a da Previdência.

 

NOTÍCIAS

 

O noticiário doméstico foi de poucos destaques no que diz respeito à reforma da Previdência. Ninguém fez declarações sobre a proposta que será apresentada na próxima semana ao presidente Jair Bolsonaro e encaminhada ao Congresso no início de fevereiro.

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