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Previdência de militares virá em uma segunda parte da reforma
Economia

Previdência de militares virá em uma segunda parte da reforma

| FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL | Jair Bolsonaro (PSL) deu algumas sinalizações sobre a reforma da Previdência, em Davos, na Suíça, em entrevista à emissora de TV
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JAIR BOLSONARO no Fórum Econômico Mundial (Foto: Fabrice COFFRINI/AFP)
Foto: Fabrice COFFRINI/AFP JAIR BOLSONARO no Fórum Econômico Mundial

Em Davos, na Suíça, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse ontem que a Previdência dos militares virá "em uma segunda parte da reforma". Ele participa do Fórum Econômico Mundial e concedeu entrevista à TV Bloomberg, afirmando que a proposta a ser enviada para o Congresso deve ter cortes "substanciais" nos gastos previdenciários e vai estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria.

No Brasil, o presidente em exercício, general Hamilton Mourão, ratificou que a disposição do segmento militar é que a votação do sistema previdenciário seja feita após a reforma de outras categorias profissionais.

"Eu acho que essa é a ideia do ministro da Defesa (Fernando Azevedo e Silva) e do segmento militar. Quem decide é o presidente, porque projeto de lei é mais fácil, é maioria simples, acabou", disse Mourão.

As mudanças no sistema previdenciário de militares serão feitas por projeto de lei e o das categorias civis, por emenda constitucional. No caso da PEC, requer mínimo de 308 na Câmara e 49 no Senado, incluindo dois turnos de votação em ambas as Casas.

Na segunda-feira, 21, Mourão já havia sinalizado que o tempo de serviços prestados pelos militares na ativa deve aumentar a partir da reforma da Previdência. Questionado se o período de contribuição passaria de 30 anos para 35 anos, disse: "Em tese, é isso aí, com uma tabela para quem já está no serviço, um tempo de transição".

Bolsonaro, em Davos, ainda confirmou que o plano de privatização está quase pronto. Na entrevista à Bloomberg, ele se disse comprometido a adotar medidas para impedir qualquer movimento negativo na economia brasileira. Segundo o presidente, há uma "consciência" no país que as reformas em discussão, como a da Previdência e a tributária, são "vitais".

À emissora, Bolsonaro acrescentou que há esforços para modernizar o Mercosul (bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, além da Venezuela, que está suspensa) e permitir que o Brasil faça acordos comerciais separados do bloco, ante o impasse nas negociações entre Mercosul e União Europeia. O presidente afirmou que as dificuldades envolvem a resistência da França à demanda brasileira relacionada a bens agrícolas.

Bolsonaro disse também que os planos para vender um "grande número de empresas estatais" estão quase prontos. "Há uma consciência no Brasil de que as reformas são vitais", disse ele. "O Brasil tem de dar certo. Se não, a esquerda vai voltar e não saberemos o destino do Brasil, talvez se torne mais parecido com o regime que temos na Venezuela", disse o presidente. (Com agências)

O QUE MAIS ACONTECEU

Ontem, após 15 minutos de atraso, a organização do Fórum Econômico Mundial de Davos anunciou oficialmente que a coletiva de imprensa prevista para as 16 horas local (13 horas de Brasília) com o presidente da República, Jair Bolsonaro, e ministros que o acompanham na comitiva a Davos foi cancelada.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, desabafou sobre como alguns veículos de imprensa têm relatado a participação da equipe econômica durante o Fórum Econômico Mundial de Davos. "Quanta bobagem se fala para o Brasil", criticou.

Jair Bolsonaro postou em suas redes sociais uma foto de um encontro com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe.

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