Uma cidade de médio ou grande porte precisa ter entre 40% e 45% dos deslocamentos diários feitos no sistema ferroviário para ter uma matriz de transporte desenvolvida. Com os melhores indicadores brasileiros, São Paulo (22%) e Rio de Janeiro (15%) ainda estão longe do ideal. O Ceará tem apenas 6,3%. Apesar da disparidade, a superintendente da ANPTrilhos, Roberta Marchesi, avalia que o Estado tem avanço expressivo e pode se tornar uma referência.

"O Governo do Ceará está no caminho correto. Se ele conseguir, nessa próxima gestão, começar a obra da Linha Leste, terminar a Linha Sul e o VLT Parangaba- Mucuripe, fazendo a integração destes três sistemas, a população terá um transporte de alta capacidade, totalmente interligado, que vai atender 60% do deslocamento diário. Vai ser bom não apenas para o Estado, mas se tornará uma referência para todo o Brasil", afirma.

Ela explica que um dos grandes gargalos da Grande Fortaleza é a falta de integração entre modais de transporte, algo que está sendo buscado pelo poder público. "No entanto, não é um problema apenas do Ceará, verifica-se em todas as regiões metropolitanas do País", acrescenta.

Hoje, 31,2% da população no Ceará utilizam ônibus para se deslocar, seguidos do veículo próprio (32,4%), bicicleta ou a pé (30,1%), e trens (6,3%), conforme a ANPTrilhos.