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Previsão do PIB cearense é revisada pela terceira vez seguida
Economia

Previsão do PIB cearense é revisada pela terceira vez seguida

| 2018 | No terceiro trimestre, avanço foi de 1,35%, patamar que deve se manter até o fim do ano, segundo o Ipece
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A previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará para 2018 foi revisado pela terceira vez consecutiva, desta vez, de 1,6% para 1,35%. A projeção inicial era de 3,5%. Mesmo assim, o valor estimado é superior ao projetado para o crescimento da economia nacional, de 1,3%. Segundo o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), a greve dos caminhoneiros neste ano a conjuntura política do Brasil afetaram o resultado. De julho a setembro deste ano, o PIB cearense avançou 1,35% frente ao 0,8%, comparado ao trimestre anterior.

 

Com alta de 1,48% no período entre o terceiro trimestre de 2017 e igual período deste ano, o Ceará cresceu mais que a média nacional País, que fechou em 1,3%. Por enquanto, neste ano, o Estado só registrou retração no PIB no 2º trimestre, período em que aconteceu a greve dos caminhoneiros, cujos efeitos ainda são sentidos. "Outro fator que pesou no resultado foi a instabilidade política em meio às eleições. A base de produção foi alterada (com o movimento grevista) e a nebulosidade quanto à conjuntura fez com que os agentes econômicos ficassem mais cautelosos", afirma o analista de políticas públicas do Ipece, Witalo Paiva.

 

No melhor dos cenários, acrescenta Paiva, o PIB cearense pode crescer até 1,4% em 2018. Para o próximo ano, a expectativa é que a boa ambiência na política estadual conduzida por Camilo Santana (PT) e que um governo Jair Bolsonaro (PSL) seja reformista, o cenário deve ser ainda melhor. O Ipece manteve a expectativa de alta na casa dos 2,5% da economia estadual para 2019.

 

"O crescimento é pequeno, mas em cima de uma base boa, o que é o mais importante", avalia. No ano passado, o Ceará registrou aumento de 1,87% do PIB, ficando acima do índice nacional de 1%.

 

O setor econômico que puxou o desempenho do Estado no terceiro trimestre foi o de serviços, com bom resultado no comércio. Analista de políticas públicas do Ipece no setor de serviços, Alexsandre Cavalcante fala de um "comportamento persistente de crescimento da economia". Ele cita a taxa média de ocupação hoteleira em Fortaleza neste ano, com média de 73%, maior de todas as capitais do País.

 

Já o setor da agropecuária foi o que mais cresceu no último trimestre, com salto nas produções de milho e mandioca, que, mesmo ainda abaixo do nível de produção médio, foi beneficiado com melhor volume de chuvas neste ano. O crescimento foi de 12,48%. Garantia da produção de alimentos e geração de ocupação e renda no meio rural são alvo de projeto coordenado entre Governo do Ceará e Ipece que deve ser lançado nos próximos meses, informa a assessora técnica agropecuária do Ipece, Cristina Lima.

 

Na indústria, o desempenho foi o menos animador, com queda de 0,05% ante o segundo trimestre. O que não deixou o índice piorar foram os bons números da indústria extrativista mineral, com o aumento da produção de petróleo na costa cearense.

 

DESEMPENHO DOS SETORES

 

SETORES

 

Indústria

Vestuário e alimentação não foram tão favorecidas em novembro. Para o Ipece, a indústria está se acomodando e mantendo um crescimento relativo ao ano passado, que foi de boa alta.

 

Agropecuária

Apesar de ter crescido muito no trimestre, 12,48%, o setor ainda é pouco representativo no PIB e as bases de resultado são do ano passado que teve produção ruim devido à seca.

 

Serviços

Resultado do setor de serviços poderia ter sido melhor não fosse o aumento no preço dos combustíveis nos últimos meses. Queda de 2,27% nas atividades de transporte evidencia a problemática.

 

 

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