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Os caminhos de Camilo Santana em quatro anos
Economia

Os caminhos de Camilo Santana em quatro anos

A área econômica é considerada como uma das que houve mais ganhos que perdas na gestão. Ritmo dos avanços, no entanto, depende de medidas para 2019
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[FOTO1]O governador Camilo Santana vai terminar o primeiro mandato com mais ganhos do que perdas na área econômica. A projeção para a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto do Estado (PIB) em 2018, embora modesta, em torno de 1,4%, mostra recuperação ante quando assumiu a gestão, em 2015, com queda de 3,4% e outra, em 2016, de 4,10%.

As medidas adotadas pelo governo, sobretudo em relação ao equilíbrio fiscal e à política de atração de investimentos, permitiram o Estado atravessar os momentos mais agudos da crise econômica. E em meio há seis anos de seca.

Porém, a avaliação é que o ritmo da retomada da economia vai depender do que será feito em 2019.

Diferentemente da maioria dos estados, o Ceará não atrasou o pagamento do funcionalismo. Manteve o maior nível de investimentos do País, 13,66% da receita corrente líquida (RCL), e trouxe parceiros de peso, como Fraport para o aeroporto, Port of Rotterdam e Companhia Siderúrgica do Pecém para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).

[FOTO2]"Os acertos na área econômica são inegáveis e trouxeram resiliência. Camilo fez bem o dever de casa e soube usar esta vantagem da localização estratégica para atrair a trinca de hubs. No caso portuário, em que pese o valor que ficou para Rotterdam de R$ 75 milhões ser insignificante para o tamanho do patrimônio, do ponto de vista estratégico, a tecnologia e a expertise têm potencial de agregar muito valor para economia", avalia o economista Alcântara Macedo.

Ele pondera que a nova reestruturação administrativa, com corte de gastos estimado de R$ 27 milhões anuais, sinaliza que o Governo pretende continuar priorizando a saúde fiscal, mas reforça que é preciso atenção maior aos gastos previdenciários, que devem fechar o ano com déficit de R$ 1,7 bilhão.

Um acerto apontado na economia foi a equipe. A exemplo da Fazenda, com Mauro Filho (Sefaz), Arialdo Pinho, no Turismo (Setur), Maia Junior no Planejamento (Seplag) e César Ribeiro, no Desenvolvimento Econômico (SDE). Ainda não se sabe quem fica no cargo para os próximos anos, mas o professor da Universidade do Estado do Ceará (Uece) e conselheiro Federal de Economia (Cofecon), Lauro Chaves, pontua que os nomes escolhidos têm de demonstrar capacidade técnica e de articulação, não somente com o setor produtivo, mas com o novo Governo Federal, de Bolsonaro, que será um dos maiores desafios de diálogo econômico.

"A importância dada à cultura de planejamento, como o Ceará 2050, é outro acerto que deve ser priorizado porque vai fazer muita diferença no médio e longo prazo", ressalta.

E, se por um lado, não há muito o que se falar em erro crasso na economia, por outro, há uma espécie de convergência de que a nova agenda deverá priorizar projetos que ficaram pelo caminho, como a refinaria e as concessões; a desconcentração dos investimentos; e melhora da produtividade.

"Um ponto que também precisa avançar é a questão da transparência desta política de atração de investimentos. A percepção que se tem é de que é bom, mas não se sabe ao certo o quanto está sendo sacrificado", avalia o economista Mário Monteiro.

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