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Integrar é o caminho
Economia

Integrar é o caminho

| Diversificação | Interligar os modais de transporte urbano é fundamental para ter um sistema que atenda às necessidades dos usuários
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Integrar modais é facilitar a vida das pessoas que usam o transporte público e atrair mais usuários pelo bom funcionamento do serviço. Ainda é desafio grande para as gestões estadual e municipais oferecer uma ligação entre metrô, ônibus e bicicletas. A professora Marcíula Paulo de Lima, 47, costuma utilizar a Linha Sul do Metrofor em horários de lazer com os filhos, Maria Clara, 13, e Gabriel Victor, 7, que gostam do passeio. Porém, lamenta não poder usar o meio para ir ao trabalho, em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza.

 

"Os bairros das escolas ficam longe da estação de metrô e não existe ônibus ligando. Vou trabalhar de carro, gastando mais combustível", diz. Ela mora no bairro Maraponga, mas se desloca para a estação Vila Pery, a 1,5 km de sua casa, pelo metrô. "O horário marcado é respeitado, a segurança é boa. Se tivesse a ligação com o meu trabalho seria muito bom".

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O veículo percorre em 20 minutos o trajeto entre a estação Vila Pery e o Centro de Fortaleza. De carro, a viagem demora ao menos uma hora. O fator velocidade do modal é destacado pelo professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mário de Azevedo Filho, ao analisar que o transporte metroviário é uma das melhores alternativas para desenvolver a mobilidade urbana em grandes centros urbanos como Fortaleza. "O metrô é o dono de sua via e não encara engarrafamento", observa.

 

Ele lembra que o Brasil já teve uma rede ferroviária maior, mas dedicada ao escoamento da produção. O modal nunca foi muito expressivo no transporte de passageiros, o inverso do que ocorre com os carros, que dominaram as cidades. Mudar o cenário, na sua visão do professor, "não é possível do dia para noite", mas por meio de uma política de longo prazo.

 

Uma mudança na política de transporte do País é o que propõe ao próximo Governo superintendente da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Roberta Marchesi. "Conversando com a equipe de transição, temos levado esse apelo pela retomada do planejamento de longo prazo, que busque especialmente a interligação ferroviária de alta capacidade para passageiros entre regiões metropolitanas", afirma.

 

Essa interligação é um processo que se arrasta em Fortaleza desde a concepção do Metrofor, na década de 1990. Hoje, quem o utiliza enfrenta grande limitação para se descolar pela Cidade. O Superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Luiz Carlos Néspoli, explica que a integração entre modais é o que faz a rede de transporte racional.

 

"Onde existe concentração de muita gente precisa haver sistemas truncais, como metrôs e BRT (transporte rápido por ônibus). Vai depender do volume de passageiros", explica Néspoli, ao analisar que as cidades priorizaram sistemas radiais de transporte, que beneficiam a ligação a centro urbanos. Ressalta que sistemas perimetrais não podem ser esquecidos para permitir mais conexões entre as redes de transporte, proporcionando o desenvolvimento de outras partes das metrópoles.

 

"Uma sistema se comporta como um conjunto de linhas de modos que podem ser diferentes, mas que se encontram em determinados momentos, permitindo ao cidadão poder se transferir de um modal ao outro e facilitando a dinâmica da cidade", acrescenta.

 

PORTAL

Ontem, o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil lançou o Portal da Intermodalidade, trazendo conteúdos especiais e entrevistas com especialistas do setor para esclarecer as vantagens e os desafios da conectividade entre os modais para o Brasil

 

CONEXÃO

O site aborda as mais diversas nuances da conectividade no sistema de transportes e explica como uma rede eficiente pode impactar na vida do cidadão, na economia brasileira e na competitividade internacional

 

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