No Ceará, o potencial para o mercado de microcrédito é de 800 mil novos empresários. O levantamento foi feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-CE) e apresentado ontem no Fórum Microcrédito 2030, realizado ontem no auditório da entidade pela Fundação Demócrito Rocha, com promoção do Grupo de Comunicação O POVO, patrocínio do BNB e apoio da Femicro e do Sebrae.
O evento reuniu representantes de federações de empreendedores, instituições financeiras, e de fomento do empreendedorismo, que falaram sobre as microfinanças para o desenvolvimento regional e as modificações do mercado com as novas tecnologias para os microempreendedores.
Foram debatidas desde as perspectivas de futuro, com o desenvolvimento de fintechs, ao case de sucesso do Crediamigo, do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), na assessoria de crédito de clientes com perfil feminino e de renda mensal até mil reais, que já injetou mais de R$ 10 bilhões na economia do Nordeste nos últimos dois anos.
"É um desafio atender esses públicos. A transformação da nossa região com essas disparidades acumuladas ainda será um desafio para os próximos anos e a tendência é o digital junto com a experiência de campo", diz a gerente de Ambiente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Lucia de Fátima Barbosa da Silva.
O crescimento do setor não passa somente pelo grande volume emprestado. Conseguir empréstimos ainda é desafio para muitos microempreendedores. Presidente da Confederação Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Comicro), José Tarcísio critica as exigência que as instituições financeiras realizam.
Para a presidente da Federação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do Ceará (Femicro-CE), Dalvani Mota, o diretor geral do Banco de Pajuçara (Paju), Francisco Eudásio, e o diretor geral do Banco Palmas, Joaquim Melo, o desafio é também aumentar a concorrência dos operadores de crédito.
No fórum também foi realizado alerta aos microempreendedores sobre inadimplência neste meio. "Temos esse grande fomento que é o microcrédito, mas que precisa ser instrumentalizado de maneira muito consciente para que não transforme em crédito por crédito. Se torna nocivo e não ajuda o empreendedor", alerta o gerente regional da Caixa Econômica Fortaleza, Dhiego Vieira.