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Cinco cidades detêm mais da metade do PIB do Ceará
Economia

Cinco cidades detêm mais da metade do PIB do Ceará

| desigualdade | Os dados são do balanço do PIB dos municípios brasileiros de 2016, divulgados ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
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Sozinha, a Capital detém 44% do Produto Interno Bruto (PIB) - soma de todos os bens e serviços das 184 cidades do Ceará -, totalizando R$ 60,1 bilhões. A economia estadual também é mais concentrada em Maracanaú (R$ 8 bilhões) e Caucaia (R$ 5,4 bilhões), seguidos de Juazeiro do Norte (R$ 4,1 bilhões) e Sobral (R$ 4,1 bilhões). Isso significa que estas cinco localidades somam 59,2% da riqueza local. O dado de 2016 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado ontem, mostra um Estado dividido pela desigualdade.

[SAIBAMAIS]

Apesar de alta, a centralização da atividade econômica destes cinco municípios reduziu para 3,7% comparada a 2012, quando somaram participação de 62,9%. Na outra ponta, existem 116 cidades com os mais baixos indicadores, que correspondem a somente 9,91% do PIB do Ceará, com cerca R$ 13 bilhões. O números representam também discrepância social para as 2 milhões de pessoas que vivem nestas regiões.

 

A situação mais crítica atravessam Granjeiro, Baixio, Senador Sá, Pacujá, General Sampaio, Altaneira, Umari e Pires Ferreira, nas últimas posições do ranking. Para o economista e consultor de assuntos econômicos e financeiros da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), José Irineu, a desigualdade tende a recair em locais geograficamente mais distantes e a riqueza se concentrar no outro extremo.

 

José enumera que a ambiência atrai investimentos, expande o setor industrial e gera tributos via impostos Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), sobre Serviços (ISS) e Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). "Os grandes centros urbanos se desenvolvem em função das possibilidades que a economia fornece", afirma.

 

Entre os 100 maiores municípios brasileiros com maior participação da indústria no PIB, Fortaleza aparece na 15ª posição, com 0,79% e valor adicionado bruto de R$ 9 milhões. Maracanaú aparece na 90ª colocação, com 0,22% (R$ 2,5 milhões).

 

Vitor Hugo Miro Couto Silva, coordenador do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP) da Universidade Federal do Ceará (UFC), pondera que há outros aspectos, além do geográfico, a serem avaliados, como índices de analfabetismo, concentração de renda, taxa de mortalidade infantil, saúde e educação.

 

Mudar o cenário de diferenças sociais, para ele, é tarefa do governo. "É necessário promover mecanismo de repartição dos recursos de forma mais igualitária, para prover o mínimo de bem estar social nestes locais que não possuem dinamismo econômico", observa. "O governo deve assumir esse papel porque, se a gente deixa a mercê do mercado, tende a concentrar e o poder público deve corrigir essa falha", explica.

 

O sucesso da Capital, Região Metropolitana de Fortaleza e das outas cidades se deve ao movimento das indústrias no interior do Estado, turismo e a mão de obra qualificada nos centros acadêmicos do Cariri cearense. Entre os 100 maiores municípios brasileiros com maior participação da indústria no PIB, Fortaleza aparece na 15ª posição, com 0,79%%. Maracanaú aparece na 90ª colocação, com 0,22% (R$ 2,5 milhões).

 

Já na análise das atividades, a Capital está em 10º lugar no setor de serviços do País, com 1,2% (R$ 35 milhões). No setor público, fica em 6º, com R$ 8 milhões adicionado na administração, defesa, educação e saúde, totalizando 0,85% do PIB. (Colaborou Carlos Mazza)

 

 

SETOR

No setor público, Fortaleza fica no 6º lugar do PIB nacional, com R$ 8 bilhões adicionado na administração, defesa, educação e saúde, totalizando 0,85% do PIB.

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