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Os desafios logísticos para o desenvolvimento econômico do Ceará
Economia

Os desafios logísticos para o desenvolvimento econômico do Ceará

| Modais | Embora tenha ganhado fôlego com novos investimentos, o Estado ainda precisa da Transnordestina para melhorar o transporte de cargas e adequações estruturais
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Logística para reduzir os custos da empresa e, consequentemente, aumentar a competitividade da indústria. Expansão do negócio para outros países. Esse ciclo faz a roda da economia girar. E os efeitos chegam à sociedade por meio de novos investimentos e geração de empregos. A avaliação é que o Ceará tem avançado neste aspecto com o hub aéreo e a parceria com o porto holandês de Roterdã. Mas ainda há gargalos. A falta da Transnordestina, iniciada em 2010, é exemplo. Após atrasos na obra, o ramal do Pecém deve ser concluído somente em 2022.

 

A ferrovia interligará a plataforma cearense ao porto de Suape (PE) e deve ampliar o número de transportes de cargas no Estado, permitindo um processo intermodal para a escoação de mercadorias. Danilo Serpa, presidente da Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp S.A.), diz que é necessário pensar na cadeia ferroviária, portuária e aérea para o desenvolvimento econômico. "Para nós, é fundamental que a Transnordestina chegue. Só nos cinco primeiros anos, serão transportadas mais de 6 milhões de toneladas de cargas pela linha", projeta.

[SAIBAMAIS] 

O tema foi debatido na 13ª edição da Feira Nacional de Logística/XIII Seminário Internacional de Logística (Expolog), ontem, no Centro de Eventos. A programação continua hoje com palestras, das 9 às 19h.

 

Segundo Serpa, uma boa operação "é importante principalmente diante da ampliação do Cipp, que será entregue no primeiro semestre de 2019". Ele destaca que o Ceará tem se tornado um "portão de entrada e saída de cargas" com os novos investimentos. O economista Alcântara Macedo explica que o recurso logístico é imprescindível, mas pondera que o Estado ainda terá de encarar outros desafios estruturais além da espera pela ferrovia.

 

"Na medida em que se tem a logística como parceira, melhora a competitividade, aumentando assim a produção. Haverá então dificuldade na mão de obra, saneamento de esgoto e no setor de energia, que precisará de preços mais competitivos", enumera. Roberto Castro, diretor da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), afirma que o Ceará está na mira de novos investidores externo. "Há players da China, Alemanha, França e outros vindo nos conhecer. Já tem três negociações bem consolidadas com empresas da área do granito para vir a ZPE".

 

O movimento tem refletido indiretamente em outros setores. Segundo o representante da empresa de segurança Viper, a demanda por serviços cresceu. "Aumentou a procura por mão de obra, e, principalmente, por segurança da carga". Beto Studart, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), reitera que "tudo avança com uma boa logística". "A Transnordestina é um fato antigo e importante, mas é um gargalo que vamos conviver e solucionar".

 

LINHAS

Segundo Danilo Serpa, o Porto do Pecém terá duas novas linhas até fevereiro próximo. A negociação ocorre em sigilo com países da Ásia e Europa.

 

 

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