Entre os seis equipamentos do Nordeste que serão concedidos à iniciativa privada, o aeroporto de Juazeiro do Norte, no Cariri, já está mira das operadoras aeroportuárias internacionais Vinci (França), Zurich (Suiça), Fraport (Alemanha) e Pátria Investimentos (São Paulo). Conforme O POVO apurou, as empresas visitaram a cidade interessadas no empreendimento. No País, serão leiloados 12 terminais, divididos em três blocos.
O grupo do Nordeste contempla também Recife (PE), Maceió (AL), Aracaju (SE), João Pessoa (PB) e Campina Grande (PB). O edital de concessão será lançado hoje no Diário Oficial da União (DOU). Já o leilão está previsto para 15 de março próximo.
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O investimento para o terminal cearense será de R$ 193,5 milhões e o prazo de concessão de 30 anos. Das interessadas, três estão mais próximas do Estado. A alemã Fraport, que já administra o Aeroporto de Fortaleza, poderia ampliar as operações regionais. O questionamento que se levanta é se ela estaria interessada também pelo restante do bloco. Em nota, a empresa disse que "está avaliando todas as informações".
A Pátria cogitou disputar o leilão da Capital em 2017, mas desistiu. A Vinci Airport confirmou interesse por Recife no início deste ano. A Zurich, porém, já está de olho em concessões no Brasil. "Não temos uma preferência especial por algum dos blocos, vamos disputar todos", disse o presidente da Zurich Airport Latin America, Stefan Conrad, ao jornal O Estado de S. Paulo, em setembro deste ano.
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O titular da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Inovação (Sedeci) de Juazeiro do Norte, Michel Araújo, está otimista. "Vamos entrar como superavitários, dando lucro. E a expectativa é a ampliação do aeroporto, gerar mais desenvolvimento econômico, social. Além de aumentar o transporte de cargas aéreas para escoar a produção".
Raul Santos, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE), acredita que a iniciativa será fundamental para municípios do Cariri. "A capacidade de investimento do Governo é limitada por conta do déficit público. Quando o setor privado assume, tende a ter uma velocidade nos investimentos". Ele pondera que os funcionários que não se adequam à nova forma de gestão podem ter dificuldade em manter o emprego.
Heitor Studart, presidente da Câmara Temática de Logística do Ceará e do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), aponta que o empreendimento é um bom negócio. "Embora não seja um equipamento de grande porte, tem viabilidade financeira pelo principal agregar os regionais".
Bruna Damasceno