O dólar comercial fechou cotado a R$ 4,04 ontem. Nas casas de câmbio da Capital, o preço da moeda norte-americana vendida aos turistas oscilou de R$ 4,18 a R$ 4,25, variação de 1,6%, influenciada pela queda da última quinta-feira, quando ficou cotada abaixo de R$ 4 (3,99). Por conta disso, o dólar nos estabelecimentos da Capital ficou até 3,6% ou R$ 0,16 mais em conta, indo de R$ 4,34, no início dessa semana, para R$ 4,18.
A escalada mexe no bolso dos cearenses de todas as classes sociais, pois o valor de várias mercadorias é referenciado pelo dólar. A alta pode ser notada no preços em supermercados e dos combustíveis, por exemplo, além de viagens e sonhos que podem ser interrompidos em razão da valorização da moeda.
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Desistir ou readequar o esperado passeio em família tem sido a alternativa de quem está inseguro com a volatilidade do dólar. Foi assim com o inspetor de soldagem Thales Teixeira, 38. Ele a esposa planejavam levar o filho de 4 anos a Orlando, no Estados Unidos, pela primeira vez. Compraram então os bilhetes para os voos Fortaleza-Miami via hub, mas depois veio a agonia. "A passagem estava barata, mas, para nossa infelicidade, a moeda disparou e pensamos em cancelar ou deixar a viagem para 2019", relata.
O economista Mário Monteiro explica que a oscilação é movida por fatores internos e externos. Entre eles, as indefinições políticas no Brasil e a crise em países emergentes. "Além do cenário eleitoral, tem questões globais, como a perspectiva de subir a taxa de juros e as situações complicadas da Argentina e Turquia. O dólar reage na expectativa, ele antecipa o fato", observa.
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A instabilidade do mercado cambial exige cautela para quem vai viajar. O POVO pesquisou, ontem, o valor em cinco casas de câmbio. A menor cotação do dólar turismo foi encontrada na Fortur (R$ 4,18), situada na Praia de Iracema. Seguida da Sadoc (R$ 4,19), localizada no Meireles. Já na La Moneta, no bairro Aldeota, o valor foi de R$ 4,22. As maiores cotações foram observadas na Ourominas (R$ 4,25), no Meireles, e na Confidence (R$ 4,23), na Aldeota. No início da semana, as mesmas casas praticavam preços entre R$ 4,30 até R$ 4,34.
A pesquisa de preços em diferentes casas de câmbio foi o método adotado por Thales para não cancelar a viagem em família. "A gente foi trabalhando um dólar médio", conta, informando que comprou a moeda por valores entre R$ 3,85 e R$ 4,10. A estratégia não foi o suficiente para o passeio sair como planejado, mas ajudou a família a viabilizar a viagem. "Estou refazendo a programação. Vamos ter que diminuir os números de parques, porque o gasto vai aumentar uns R$ 6 mil", explica.
Como comprar mais barato
1 Planejamento.
Coloque na ponta do lápis todos os gastos e defina uma margem de segurança financeira para situações inesperadas e para se resguardar de uma disparada da moeda.
2 Acompanhamento.
Sempre pesquise antes de comprar. As casas de câmbio repassam os valores que obtiveram. Por isso, pesquisar vai te ajudar a encontrar o menor preço naquele momento.
3 Cautela.
Não compre tudo de uma vez. Quando você vir uma queda, adquira uma quantia e continue acompanhando. É importante ter uma noção do que é o preço aceitável da moeda. Se subir muito, vale a pena esperar mais um pouco
4 Mude os planos.
Quem não tem tempo para pesquisar e fracionar a compra, terá de pagar mais caro. A saída é reduzir os gastos fazendo um novo roteiro. Corte alguns passeios, veja a hospedagem mais e conta e coloque no orçamento só as prioridades.