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Investidor mira startups de impacto social no Estado
Economia

Investidor mira startups de impacto social no Estado

| FUTURO DAS CIDADES | Seleção de projetos escolheu três empreendimentos no Estado. Fundo estuda injetar R$ 300 mil nos novos negócios
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Um aplicativo que alerta a lotação dos ônibus (cheios ou vagos), outro que mapeia casos de assédio e um terceiro que dá treinamento técnico para construção civil em comunidades carentes. Esses foram os projetos eleitos pelo investidor cearense In3citi para implantar melhorias sociais no Estado por meio da tecnologia.

"Pensar no futuro das cidades requer um propósito de melhorar a vida das pessoas e do seu território. Foi exatamente isso que encontramos nos projetos apresentados pelos empreendedores sociais. Abriram-se várias cortinas e possibilidades de investimentos de impacto imediato no meu Ceará", afirma o sócio-fundador da in3citi, Haroldo Rodrigues.

A seleção foi resultado de um edital nacional, que convidou 13 propostas e ouviu 11 empreendedores que tinham ideias para gerar impacto social positivo. Entre os requisitos, as startups deveriam oferecer possibilidade de mudança na qualidade de vida da comunidade onde se inserem. A Favelar, originada no Rio de Janeiro, busca empoderar comunidades para realizar reformas. O objetivo é prover conhecimento técnico básico em construção civil e ajuda no planejamento de obras em áreas de risco social.

De Recife, surgiu a Nina, que procura denunciar os casos de assédios sofridos pelas mulheres. O foco são cidadãs das classes C, D e E, que mais usam coletivos e estão mais sujeitas a esse tipo de agressão. O aplicativo quer mapear as denúncias para alertar as usuárias. Também com atuação em ônibus, o Milênio Bus se compromete a contar, em tempo real, a quantidade de passageiros nos coletivos por meio de câmeras biométricas. A atualização da lotação é então enviada para os usuários.

Cada projeto recebeu R$ 5 mil para continuar a desenvolver os trabalhos e passa para nova fase de planejamento. "Agora é arregaçar as mangas, negociar investimentos com as startups selecionadas, projetar jornadas específicas para cada negócio selecionado e, principalmente, contribuir para virar o jogo da desigualdade social e da ausência de acessibilidade", diz Rodrigues. A expectativa dele é que, em seis meses, as propostas já possam ser levadas ao Ceará.

O in3citi é um investidor cearense que reúne capital de empresas do Estado para fomentar melhorias para a população local. Nessa primeira fase da empreitada, a previsão é de investimento de R$ 300 mil nos projetos selecionados. A iniciativa faz parte de uma busca por uma imagem de apoio à inovação no Ceará, que já vem se manifestando pelos novos polos tecnológicos, pelo hub aéreo e com a chegada da Angola Cables, empresas de cabos submarinos de Internet.

Para o consultor e professor da Universidade da Antuérpia, João André Teixeira, o elemento principal da inovação é o ser humano. "Muitas vezes, quando fala de inovação, fala de investimento, estrutura e empresas e incentivos governamentais. Mas, na realidade, o que tem que se buscar é uma educação para a inovação", explica.

Ele afirma ainda que o Estado já tem bons exemplos para mostrar para o mundo e ser seguido. "Existe uma série de empresas ligadas ao Parque Tecnológico da Unifor (Universidade de Fortaleza). São empresas criativas que nasceram globais e dão exemplo do que tem que se ser feito. É preciso mirar nesses exemplos e ver o que elas fizeram que deu certo. Isso pode ser aplicado a vários setores", avalia.

 

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