Conciliar preço e qualidade é o que motiva o sociólogo Aécio Holanda, 42, a percorrer distâncias maiores em busca de mais economia. "É uma alternativa interessante porque traz produto de qualidade, que já uso, por um preço menor que compensa. A gente já fazia isso quando viajava para outros lugares. Que bom que está crescendo aqui também", diz.
O economista e consultor de empresas Rodrigo Monteiro explica que, entre os fatores que diferenciam esta nova safra de outlets daquela experimentada na década de 1990, é que na primeira incursão houve uma estratégia equivocada de oferecer empreendimentos de baixíssimo custo, com lojas de fábrica e produtos defeituosos para alcançar o preço mais baixo.
A explosão de shopping centers, acrescenta, também aumentou a demanda e forçou a rotatividade maior das coleções nas lojas. "O conceito agora é diferente. O mercado também está mais maduro", afirma.
Mas ele reforça que, para que este formato dê certo, é fundamental oferecer preços de fato competitivos. "Não dá para insistir no conceito de 'metade do dobro', o consumidor está atento. Quem vai até lá, normalmente, já sabe o preço da marca. Também acessa a internet para comparar", destaca.
A estudante Elisabeth Santana, 46 anos, diz que, em tempos de economia mais curta, é fundamental fazer as contas. "Não dá mais para gastar tanto. E o outlet é legal porque é possível encontrar peças bacanas, com preços acessíveis", observa.