Da força produtiva que está no mercado, pouco mais de 1 milhão trabalha por conta própria no Ceará. No segundo trimestre de 2017, eram 946 mil. Porém, quase 90% está na informalidade, conforme os dados do segundo trimestre da Pnad Contínua do IBGE.

"Isso significa que mesmo com a criação da legislação do Microempreendedor Individual (MEI), é baixa a formalização de negócios e a cobertura que estas pessoas têm do INSS. Se por algum motivo ele não puder trabalhar, vai ficar sem receber e nem dar condição à sua família", afirma o analista de Mercado de Trabalho do Sine/IDT, Erle Mesquita.

Por outro lado, o número de pessoas com carteira assinada no Estado aumentou de 894 mil, no segundo trimestre de 2017, para 915 mil em igual período deste ano. Neste mesmo período, os sem carteira aumentaram de 626 mil para 636 mil. O rendimento médio no Estado é de R$ 1.465, bem abaixo da média de R$ 2.198 no País.

Para o coordenador do Laboratório de Estudos da Pobreza da Universidade Federal do Ceará (LEP/UFC), Vitor Miro, o processo de retomada da economia, e consequentemente do emprego, ainda será muito lenta. "O cenário ainda é de muita incerteza, tanto política, como econômica. Enquanto isso não mudar, o mercado de trabalho vai continuar patinando. Pelo menos neste ano não vislumbro melhora", complementa.