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Enquanto negocia Londres-Fortaleza, Norwegian é autorizada a operar no País
Economia

Enquanto negocia Londres-Fortaleza, Norwegian é autorizada a operar no País

| Voo Low cost | A companhia recebeu autorização da Anac para operar no Brasil. Estado negocia de duas a três frequências na Capital
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A companhia aérea Norwegian Air UK Limited recebeu ontem o aval da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para começar a operar voos diretos para o Brasil. Esta pode ser a primeira companhia aérea internacional a trazer ao País o modelo low cost, de baixo custo, tanto para o transporte regular de passageiros, como de carga e mala postal. A companhia deve começar no País operando o voo Rio de Janeiro-Londres e depois partir para Fortaleza-Londres, em negociação com o Governo do Estado.

 

O secretário estadual do Turismo, Arialdo Pinho, explica que as conversas com a Norwegian começaram há pouco mais de dois meses. "Primeiro estava sendo vista a viabilidade de voar para o Brasil, o que conseguiram. Acredito que agora eles vão pensar mais a fundo a viabilidade operacional. Ainda não tem muitos detalhes, mas seria uma rota Londres-Fortaleza com duas a três frequências por semana, para o ano que vem".

 

Há também especulações de rotas para Europa partindo, além do Rio de Janeiro, de São Paulo e Salvador. O pedido de operação de voos internacionais de longo curso entre Brasil e Europa foi protocolado junto à Anac no último dia 27 de julho. Procurada, a companhia não respondeu como vai funcionar a operação no Brasil até o fechamento desta edição. Mas, na prática, a empresa já pode iniciar voos não regulares (pontuais).

 

A agência reguladora reforça, contudo, que para operar de forma regular é preciso obter outra autorização: a de operação. As rotas também só serão divulgadas quando a companhia fizer o registro de voo.

 

A norueguesa é a terceira maior companhia low cost da Europa e a sexta do mundo. No caso do Brasil, quem vai operacionalizar os voos é a subsidiária sediada em Londres. Como os planos operacionais e técnicos ainda não foram apresentados, ainda não é possível dizer quais tarifas serão aplicadas nos voos diretos para o Brasil, pontos de escala e horários.

 

Porém, para o gerente de mercado lazer da Casablanca Turismo, Paulo Neto, só a entrada da companhia no País já é motivo de comemoração. "A gente passa a ter uma nova cultura de viagem, low cost, que já existe na Europa e nos EUA e que passa a entrar de forma mais pura no Brasil"

 

Ele explica que como ainda não há este tipo de operação no País, é difícil dizer quanto isso impactaria nos preços atuais das passagens, mas na Europa a diferença em alguns trechos chega a ser superior a 50%. Por outro lado, quase todos os serviços - como despacho de bagagem, marcação de assentos e serviço de bordo - são pagos de forma separada. Os atendimentos, em sua maioria, também são feitos pelo próprio usuário. "Quem faz check-in, etiqueta a mala, coloca na esteira, quem faz quase todo o procedimento é o próprio usuário. O que, em alguns casos, acaba agilizando o embarque".

 

Na avaliação do especialista em transporte aéreo e infraestrutura aeroportuária do Centro Paula Souza, de São Paulo, Carlos Grotta, em termos práticos de serviço, para o consumidor, a entrada da Norwegian não vai trazer grandes diferenças ao que já é feito pela Joon, braço da Air France, que já opera em Fortaleza, apesar desta não se reconhecer como baixo custo. Mas é inegável os efeitos que pode trazer para o turismo. "Se este voo direto para Londres se concretizar é bom porque dinamiza, traz a concorrência de outra companhia europeia".

 

Pondera, no entanto, que o maior desafio de qualquer cidade que venha a receber os voos, é garantir a sustentabilidade da operação no longo prazo. "Se eles perceberem que não dá receita, para retirar é muito mais rápido".

 

Quem é aérea

A Norwegian Air é uma companhia aérea norueguesa fundada em 1993. Porém, somente em 2002 começou a funcionar dentro do modelo low cost, com Boeing 737. Hoje é a terceira maior operadora do tipo na Europa e a sexta maior no mundo, com cerca de 500 rotas e mais de 150 destinos na Europa, Norte da África, Oriente Médio, Ásia, Caribe, América do Sul e Estados Unidos.

 

Só em 2017, mais de 33 milhões de passageiros viajaram pela empresa. Informações do site da companhia dão conta que são cerca de 150 aeronaves, com idade média de 3,6 anos. Outras 250 aeronaves estão encomendadas, o que significa que, nos próximos anos, a empresa vai operar com novos Boeing 737-800, Boeing 787 Dreamliners, Boeing 737 MAX 8 e Airbus 321 Long Range.

 

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