Logo O POVO+
Baixa procura por aluguéis prejudica corredores comerciais
Economia

Baixa procura por aluguéis prejudica corredores comerciais

| Fortaleza | Placas de "aluga-se" espalham-se nas principais zonas de comércio de Fortaleza. Entre os motivos estão a crise econômica
Edição Impressa
Tipo Notícia
NULL (Foto: )
Foto: NULL
[FOTO1]

Lojas com portas fechadas e placas de "aluga-se" espalhadas por quarteirões. Essa é a realidade de alguns corredores comerciais de Fortaleza. Antes reduto de compras dos moradores da Capital e ponto de parada para turistas, lojistas afirmam que as avenidas Bezerra de Menezes, Monsenhor Tabosa e Barão de Studart sofrem os impactos ocasionados pelo descaso, intervenções urbanas e crise econômica, o que acarreta a baixa procura por aluguéis.

 

"A procura pelo aluguel está declinando, mas ainda não chegamos ao fundo do poço. Nesse segundo semestre, os preços vão estagnar e a retomada pode ocorrer mesmo em 2019", estima Ronaldo Pippi, corretor de imóveis e diretor-presidente do Instituto de Pesquisa, Ensino e Defesa do Consumidor (EPDC). A falta de locatários fez com que os proprietários de imóveis, segundo ele, abrissem mão dos lucros. "Um aluguel que antes custava R$ 3 mil caiu para R$ 1.800". Quem possui grandes estabelecimentos encontra alternativas para burlar a crise. "Em vez de alugar um espaço para uma só empresa, como o caso de um supermercado, alguns proprietários dividem esse espaço. Esse fracionamento garante a sobrevivência do negócio", aponta.

[SAIBAMAIS]

Com relação aos corredores comerciais, o especialista cita alguns fatores para a baixa procura. "A Monsenhor Tabosa carece de segurança. Ninguém quer sair com R$ 500 no bolso para fazer compras com medo de ser assaltado. Mas também tem a concorrência pesada dos shopping centers. Quem quer realizar pesquisa de preços sob sol forte?", questiona.

 

Na Monsenhor Tabosa, em apenas um quarteirão, O POVO contabilizou seis placas de "aluga-se". No total, foram 15 estabelecimentos disponíveis. Outro fator que prejudicou foi a requalificação da via. "Não deram espaço para os ônibus turísticos estacionarem. Nenhum para aqui. Não temos movimento. Poucas são as pessoas que visitam as lojas", disse uma comerciante que não quis se identificar.

 

Joelma Nicácio, proprietária de um restaurante, explica que o dono do imóvel já baixou o valor do aluguel por conta da crise. "Não é todo mundo que quer deixar você trabalhar. Muitos empresários preferem deixar o imóvel fechado em vez de conceder descontos", critica.

 

Para Apolo Scherer, especialista em locação imobiliária, o baixo consumo e o ritmo lento da atividade econômica ainda são considerados as principais causas da retração nos aluguéis. "Continuamos no mesmo ritmo do ano passado, com uma crescente de desocupações. Isso resulta em lojas sem locatários e o mercado desaquecido", considera. Outro ponto que causa indefinição é o resultado das eleições. "As pessoas aguardam a definição do cenário político. Quem tem dinheiro talvez esteja aguardando a finalização do pleito para investir".

 

O que você achou desse conteúdo?