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Redução de custos, equilíbrio fiscal e rigor na gestão são desafios
Economia

Redução de custos, equilíbrio fiscal e rigor na gestão são desafios

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Setenta porcento dos 184 municípios cearenses estão com dificuldades para honrar com a folha de pagamento e mais da metade das prefeitura menores já estão muito próximas do limite de 54% do seu orçamento comprometidos com despesas de pessoal. Pensar as cidades de forma interfederativa pode ser uma das saídas para garantir a ampliação e melhoria dos serviços públicos.

 

"A cooperação entre os entes pode ser positiva para todos. Há vários exemplos disso, mas para funcionar é preciso de fato conseguir dar ganho de escala e reduzir o custo da prestação de serviço para o Município, porque sem isso não vai conseguir fazer", avalia o consultor econômico da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), André Carvalho.

 

Ele ressalta que o compartilhamento de mecanismos de aprimoramento da gestão fiscal deve ser o primeiro passo. "O extrapolamento de gastos inviabiliza qualquer gestão. Quando uma prefeitura extrapola os gastos com pessoal, o gestor fica impossibilitado, inclusive, de firmar convênios, conseguir financiamento. Muitos municípios hoje não têm sequer estrutura e nem pessoal capacitado para entender a folha, o fluxo de pagamentos, ter um diagnóstico mais completo e, neste sentido, as parcerias podem ajudar".

 

O presidente do Conselho Regional de Economia e professor da Universidade do Estado do Ceará (Uece), Lauro Chaves, diz que projetos interfederativos bem construídos podem evitar competições entre os municípios, criar condições para o desenvolvimento das regiões e redução das desigualdades.

 

"Muitas das oportunidades de desenvolvimento vêm por meio de investimentos privados, mas para atraí-los não é só com incentivo fiscal. Tem de ter melhora na oferta de saúde, capital humano, educação de qualidade e a gente sabe que não dá para ter tudo em todos os municípios".

 

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