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Comerciantes na Aguanambi esperam fim da obra para retomar vendas
Economia

Comerciantes na Aguanambi esperam fim da obra para retomar vendas

| Fortaleza | Dificuldade de acesso aos estabelecimentos afasta clientes. Relato é de que fluxo melhore após fim das intervenções em dez dias
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Comerciantes da avenida Aguanambi reclamam de queda de até 20% no faturamento e redução de 50% no fluxo de clientes devido às obras da via e aguardam a finalização dos trabalhos para poder retomar a rotina ou até impulsionar os negócios. Hoje, bloqueios de trânsito têm causado transtornos para clientes. Com 90% executadas, as obras viárias estão previstas para entrega em dez dias.

 

Na Collision Centers, oficina que realiza serviço de pintura, funilaria e mecânica, o faturamento caiu 20% ao mês desde a interdição da via pelo canteiro de obras na Aguanambi. O gerente da empresa, Mauricio Neto, tem recebido reclamações de vários clientes. "Entram pela rua de trás, pela funilaria da empresa. Tem poeira, é desagradável". A dificuldade de acesso à loja afastou os clientes de "carro particular", permanecendo os reparos maiores que chegam via seguradora de veículos.

[SAIBAMAIS] 

Os investimentos em mobilidade não deveriam prejudicar outros segmentos da economia, destaca Cid Alves, presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas). "O bom administrador é aquele que resolve problema sem gerar outros. O trânsito vai fluir melhor, mas a quantidade de empregos que vão ser perdidos em consequência vai gerar caos social na região", prevê.

 

Ele compara o cenário à situação enfrentada pelos comércios na avenida Bezerra de Menezes, que também passou por requalificação para implantação do Corredor Expresso Fortaleza, entregue em 2015. Cid observa muitos negócios inviabilizados. "Infelizmente vai acontecer na Aguanambi a mesma coisa. Os geradores de empregos vão ter de sair. Vai se tornar rua de tráfego rápido, mas as pessoas não vão ter onde parar".

 

Porém, diante do desafio de conciliar mobilidade e desenvolvimento comercial, Assis Cavalcante, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, pondera que os varejistas terão que buscar novas formas de comunicação para atrair clientes. Além disso, mais carros e ônibus na região tornarão as lojas mais visíveis. "As obras precisam ser feitas, porque temos problema de mobilidade em Fortaleza sério. As pessoas vão ter de se reinventar. O mercado é assim".

 

Na Sama Autopeças, o gerente Roger Santos já contabiliza uma queda de 10% no faturamento devido às obras da Aguanambi. Há mais de 60 dias a calçada da empresa está interditada e as entregas de mercadorias são realizadas pelos fundos da loja. 

 

Queda no fluxo de clientes também foi o que verificou a Pague Menos da avenida Aguanambi. A gerente da loja, Camila Santos, diz que o movimento reduziu quase pela metade no último mês, quando foi interditada a passagem na esquina da loja. Em torno de 2.500 pessoas passam por mês na filial. "O movimento é mais pela manhã. À noite o pessoal tem medo de vir porque é esquisito". No entanto, com a via pronta, Camila acredita que vai dobrar o número de clientes e aumentar o faturamento da empresa.

 

No supermercado Supribem ocorre a mesma situação. A proprietária Socorro Cabral estima queda de 20% no movimento de clientes, que reclamam da manobra para chegar até o local. Porém, ao fim da obra, ela prevê mais pessoas passando pela Aguanambi, o que deve trazer mais consumidores ao estabelecimento.

 

PROJETO

 

Detalhes da intervenção

Recurso de R$ 105,7 milhões financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

 

Fevereiro de 2016- início das obras.

 

1ª etapa - Intervenções no corredor BR-116/Aguanambi, entre a avenida Domingos Olímpio e o viaduto da avenida Borges de Melo - Construção de um viaduto sobre a rotatória, passarela, faixas exclusivas para ônibus, ciclovias, calçadas e novas praças.

 

Março de 2017 -
Entrega do viaduto e a primeira passarela de pedestres com elevadores.

 

2ª etapa - Alargamento e toda a urbanização da via, no trecho entre a avenida Domingos Olímpio e a rotatória.

 

Paisagismo e novas praças - Ampliação e revitalização das praças das ruas Lauro Maia e Joaquim Magalhães, além da rotatória da av. Aguanambi, que ganhará mobiliários urbanos, ciclovia, pista de skate, academia ao ar livre e playground.

 

Drenagem e reforma do canal - reforma na estrutura interna do canal, com construção de lajes onde cerca de 36% da superfície passou a ser coberta para receber as oito estações de ônibus.

 

Requalificação Viária - A nova avenida ganhará cerca de 4km de ciclovias em ambos os sentidos da via. As calçadas receberão paisagismo e pisos que absorvem 95% da água.

 

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