A situação do País piorou para 72% da população e apenas 6% apontam melhora. Diante das incertezas sobre a retomada do crescimento, paralisação dos caminhoneiros e volatilidade cambial, sete de cada dez brasileiros avaliam que o cenário econômico do Brasil se deteriorou nos últimos meses.
Os dados são de pesquisa do Datafolha de maio, concluída na quinta-feira, 7, e publicada ontem no jornal Folha de S.Paulo. Na primeira análise, observa-se que os números apresentados são mais negativos ante a última pesquisa do instituto, da primeira quinzena de abril, quando 52% dos entrevistados opinaram ter havido deterioração no ambiente econômico. Uma diferença de 20 pontos percentuais.
No estudo atual, os que afirmam que o cenário do Brasil vai piorar nos próximos meses contabilizam 32% e os que acreditam na melhora são apenas 26%. Já em relação à situação econômica pessoal, 49% dizem ter passado por retrocesso, contra 10% que declararam avanço.
A deterioração dos resultados reflete ainda em renovação da rejeição recorde ao governo Michel Temer (MDB), com o mau humor do brasileiro para com a economia no ponto mais alto desta gestão.
Desde maio de 2016, o índice dos que avaliavam que a situação estava pior somava 60%, mas caiu para 52% no início de abril de 2018. São 82% que consideram seu governo ruim ou péssimo.
O que a pesquisa ainda mostra é que quase 70% da população é favorável ao controle do preço de combustíveis e gás, mesmo que a Petrobras tenha prejuízo. Deixar a estatal livre, mas buscar lucro foi resposta de apenas 26%.
Na percepção da greve dos caminhoneiros, nota-se que a maioria dos pesquisados (54%) acredita que o movimento aconteceu sem a participação dos empresários. Enquanto 30% respondeu que a paralisação foi do empresariado e 11% apontam responsabilidade de ambas as categorias.
Para os brasileiros (69%), a greve dos caminhoneiros trouxe mais prejuízos que benefícios (20%). Para a própria categoria, o prejuízo (46%) prevaleceu, contra 43% que enxergam benefícios.
Com agências
PODER DE COMPRA
Na evolução da expectativa do poder de compra, avaliada pelo instituto Datafolha, 38% dos entrevistados acreditam que vai ficar como está, 35% que vai cair e 23% que vai aumentar.
ENTREVISTADOS
OUTRAS PERCEPÇÕES
DESEMPREGO E INFLAÇÃO
A maioria dos brasileiros acredita que o desemprego e a inflação não vão cair no futuro próximo.TENDÊNCIA
A tendência de melhora no cenário, que vinha acontecendo desde novembro do ano passado, foi interrompida nesta pesquisa Datafolha de maio, uma percepção pós-greve dos caminhoneiros.EXPECTATIVA
A expectativa de que o desemprego vai aumentar é de 46% dos entrevistados pelo instituto. O dado ficou estável em maio ante abril. Mas, em dezembro de 2016, 67% acreditavam que a situação ia piorar.