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Tendências do setor de construção para acelerar crescimento
Economia

Tendências do setor de construção para acelerar crescimento

| DISRUPÇÃO | Reinventar-se nessa retomara do setor diante da crise é a tônica dos empresários para continuar a crescer neste ano
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Fazer do limão uma limonada está sendo a receita seguida pelo varejo de material de construção para driblar a crise econômica do País. Depois de dois anos muito difíceis, o setor voltou a apresentar crescimento de 4,5% nas vendas em 2017, de acordo com a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). Para este ano, com a recuperação de alguns indicadores econômicos, as perspectivas são melhores - em torno de 7% -, mas é preciso seguir se reinventando.

 

Esta foi a tônica entre os empresários que participaram do I Encontro Acomac Ceará (Associação dos Comerciantes de Material de Construção), no Hotel Vila Galé, no Cumbuco, que encerrou ontem. O evento reuniu mais de mil participantes do varejo e da indústria do setor.

 

“Tem três fatores macroeconômicos superimportantes que juntos ajudam a melhorar o ambiente de negócios: inflação baixa e estável, o que ajuda a melhorar o poder aquisitivo dos consumidores, ter uma taxa de juros relativamente baixa aos padrões brasileiros e a estabilização do desemprego. Tudo isso faz com que haja melhora da confiança, mas é preciso seguir reinventando”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo Anamaco e diretor da rede de lojas Village (SP), Marcos Gabriel Atchabahian.

 

O presidente da Acomac-CE, Carlito Lira, diz que um dos caminhos abertos na crise e que tende a crescer com mais força neste ano é o segmento das reformas. Hoje representa 65% do mercado no varejo da construção.

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Fundador do Instituto Value Builders - Empreendedores Colaborativos, Guilherme Tiezzi, um dos palestrantes do evento, explica que o conceito de compartilhamento em plataformas, apesar de ainda ser pouco representativo hoje no mercado da construção, é uma tendência de disrupção forte para os próximos anos. Assim como foi um dia a Uber para o mercado de táxis e o Airbnb para o ramo de hotéis. Por isso, ele chama atenção para importância das empresas se anteciparem a este cenário.


Diversificar produtos, mercados e processos é outra aposta. Ana Lúcia Bastos, presidente da Cerbras, fabricante cearense de cerâmica, explica que passou a produzir porcelanato para inovar o mix de produtos. Também conseguiu bons resultados de venda na Feira Internacional Coverings, ocorrida neste mês, em Atlanta (EUA). Mas isso só foi possível porque estava adequada a certificados internacionais.


Os processos de inovação também passam por mais investimentos em tecnologia. As pinturas em HD (alta definição) em cerâmicas, têm invadido as linhas de produção. “Antes era preciso seis rolos serigráficos. Agora, o produto passa uma vez e as decorações são feitas automaticamente. E a qualidade é espetacular”, afirma Ana Lúcia.


Caminhar lado a lado com a evolução do mercado é o que também ensina o presidente da cearense Normatel, Antônio José de Freitas Melo. Não apenas melhorando de forma constante a parte física da loja, mas para dar novas condições aos clientes. “A estratégia é sempre melhorar os serviços”, diz. (Irna Cavalcante)


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O compartilhamento em plataformas é uma tendência de disrupção para o setor de material de construção para os próximos anos e é importante que o empresariado se atente a isso.

 

 

CINCO TENDÊNCIAS DO SETOR DE MATERIAL DA CONSTRUÇÃO CIVIL


Investir em reforma tem sido uma das opções que mais têm se adequado ao bolso do consumidor neste processo gradual de retomada do consumo. Destaque para materiais de acabamento como bacias, tintas, louças, e pequenos reparos.

 

A alta tecnologia também tem invadido as linhas de produção industrial. Decoração de cerâmica computadorizada e softwares que otimizam processos, são algumas das estratégias adotadas pelo setor para se reinventar, otimizar processos e aumentar nível de satisfação do consumidor.

 

As plataformas de compartilhamento que já são comuns no ramo de hotéis, com o Airbnb, devem chegar com mais força também no mercado da construção civil nos próximos anos. O objetivo é unir força com os demais elos da cadeia produtiva para aprimorar processos, conseguir melhores negociações e a troca de informações.

 

Ir além da venda dos produtos. Mais do que trazer informações técnicas sobre o produto, estar preparado para agregar valor àquela experiência é decisivo em mercados cada vez mais competitivos. Oferecer uma entrega sem custo, fazer treinamento, dar dicas de reformas e uso de materiais são diferenciais.

 

O atacarejo - que já é comum no segmento de supermercados - tende a aparecer com mais frequência também no segmento de material de construção nos próximos anos. A combinação costuma ligar os conceitos de self-service (autosserviço) e de cash & carry (pague e leve).

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