Petroleiros em todo o Brasil entraram em greve ontem em várias refinarias e plataformas da Petrobras. A paralisação se estende até amanhã e reivindica a saída de Pedro Parente, presidente da estatal, além de ser contra a atual política de reajuste de derivados do petróleo que acompanha os preços praticados no mercado internacional.
Em Fortaleza, a categoria se reuniu na manhã de ontem na sede da Refinaria Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), no Porto do Mucuripe. Mesmo com a liminar emitida na noite anterior do Tribunal Superior do Trabalho (TST) considerando a greve “abusiva”, os petroleiros seguem com atividades paralisadas e contam com apoio da Central Única de Trabalhadores (CUT) e da Frente Brasil Popular.
Em nota, a Petrobras afirmou que o pedido da liminar do TST foi solicitado pela empresa e pela Advocacia-Geral da União (AGU), considerando o contexto nacional e a necessidade de retomada do abastecimento de combustíveis o mais breve possível. A assessoria da entidade informou que na Lubnor as operações seguiam normalmente, com pouca suspensão de atividade e que “equipes de contingência atuam onde necessário” e que “não há impacto na produção”.
Emanuel Menezes, diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Sindicato dos Petroleiros na Indústria do Petróleo (Sindipetro CE/PI) explica que o primeiro dia de paralisação contou com a adesão de 50% dos trabalhadores da Lubnor, com expectativa de aumento de participação até amanhã. A greve, porém, não deve causar desabastecimento no Estado.
Contra a política de reajustes, Emanuel destaca que a exigência primeira da FUP é a saída de Pedro Parente. “Só tem condição de discutir essa mudança da precificação com a saída dele”, protesta, acrescentando que é necessário acabar com a paridade de preços entre o nacional e o internacional.
O debate sobre a política de preços dos combustíveis é fomentado desde a greve dos caminhoneiros, avalia Paulo Henrique, um dos coordenadores da Frente Brasil Popular. Para ele, está em curso uma política do presidente da Petrobras com intuito de elevar o preço da gasolina para privilegiar acionistas internacionais. Além disso, estudo da FUP indicaria que várias refinarias estariam operando abaixo da capacidade, o que “obriga” à importação de derivados de petróleo. “Nossa afirmação é que a esperança do Brasil veste hoje jaqueta laranja. A possibilidade de a gente encontrar uma saída política para o País perpassa essa categoria”, salienta.
CUT
Em apoio aos petroleiros, a Central Única dos Trabalhadores aponta que os altos preços dos combustíveis têm impactado o bolso dos trabalhadores