O dólar turismo comercializado nas casas de câmbio de Fortaleza continua operando em alta. Após uma semana, quando variava entre R$ 3,72 e R$ 3,77, a moeda operava ontem entre R$ 3,82 e R$ 3,85. A situação é mais preocupante no câmbio adquirido no cartão pré-pago: bateu R$ 4,06 no fim da tarde de ontem. Adquirindo o papel moeda na Capital, a variação chega a 4,90% se comparada as médias de R$ 3,87 em espécie com de R$ 4,06 no cartão. Já o euro chega a R$ 4,58 na Capital, mas a R$ 4,80 se for no pré-pago.
A compra em espécie é mais em conta por causa do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Sobre o dólar em espécie, o índice é de 1,10%, enquanto o do cartão chega a 6,38%. “Os juros dos Estados Unidos subindo e a taxa Selic apresentando reduções, somadas às incertezas de mercado, contribuem para essa situação”, ressalta Breno Cysne, diretor de operações da Sadoc Corretora de Câmbio. Apesar de o valor ser mais alto, ele considera a opção do cartão mais segura para os viajantes. “Além da segurança, não há oscilação do câmbio. Ele é fixado”, complementa.
[SAIBAMAIS]Na Ceará Travel, a procura continua normal. No entanto, os valores subiram em decorrência do mercado externo. “A perspectiva é que a moeda continue alta. Os investidores estão tirando dinheiro do País e relocando em nações onde a confiança é maior. O fator eleições, com as indefinições do cenário político, enfraquecem as possibilidades de o dólar estabilizar ou baixar”, explica Verônica Patrício, diretora da companhia.
Ivan Melo, gerente da Boa Viagem Corretora, explica que o ideal é ir comprando dólar aos poucos. “De maneira fracionada, acompanhando a cotação todos os meses, é o mais prudente”, destaca. Dentre as quantias sugeridas, ele explica que valores entre US$ 300 a US$ 500 são os mais indicados.
A volatilidade do mercado do dólar também é influenciada pelas sanções que os Estados Unidos impuseram ao Irã, além da política monetária norte-americana. É improvável, segundo ele, indicar se o dólar deve subir ainda mais ou ter uma queda vertiginosa até o fim do semestre. Contudo, espera-se uma ação do Banco Central.
“O BC deve entrar mais forte vendendo contratos de swap cambial para que se contenha o avanço do dólar. É provável que logo nas próximas semanas acompanhe essa movimentação. Se assim conseguir, o dólar pode chegar até R$ 3,50”, conclui.
A alta do dólar, no entanto, é vantajosa para as empresas cearenses que exportam. Para o turismo externo, a relação é inversa: desistência ou adiamento da viagem para destinos internacionais. Mudando o foco, o turista, em vez de ir para fora do País, investe em roteiros nacionais, reaquecendo a economia do turismo nacional.