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13 áreas que devem gerar emprego no Ceará até 2035
Economia

13 áreas que devem gerar emprego no Ceará até 2035

| INDÚSTRIA | A Fiec está identificando mais de 200 perfis profissionais que serão demandados pelo mercado de trabalho estadual
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A fim de impulsionar o processo de desenvolvimento industrial cearense, induzindo a competitividade pela antecipação da demanda por formação profissional, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) está identificando mais de 200 perfis profissionais a serem demandados pelo setor até 2035, em 13 áreas.


A ação faz parte do Programa para Desenvolvimento da Indústria, que visa contribuir com o crescimento de longo prazo do Estado, definindo as principais potencialidades econômicas. Além da iniciativa privada, o projeto conta com a participação do poder público, academia e entidades que apoiam o setor produtivo.


O programa é composto por três vetores: prospecção de futuro para a competitividade setorial, inteligência competitiva e cooperação para o desenvolvimento industrial. Ao todo, são 11 eixos de trabalho, entre os quais estão os perfis de profissionais do futuro.


O mapeamento dos trabalhadores que devem puxar o desenvolvimento do Ceará nos próximos 17 anos está sendo feito em 13 segmentos: água; biotecnologia; construção civil e minerais não metálicos; economia criativa e turismo; economia do mar; eletrometalmecânica; energia; indústria alimentar; logística; meio ambiente; produtos de consumo; saúde; e tecnologia da informação e comunicação.


Sobre essas áreas, também chamadas de rotas estratégicas, já foram realizados estudos socioeconômicos e de tendência, publicações das rotas e roadmaps (mapas estratégicos). Para cada segmento, haverá ainda diagnóstico sobre formação de mão de obra; mapeamento de autores; estudo de tendências; painel de especialistas; entrevistas de aprofundamento; elaboração de publicações; e lançamento do projeto.


O programa começou a ser elaborado no fim do ano passado, informa Guilherme Muchale, economista da Fiec. Deverá ser finalizado até o fim de 2019, envolvendo cerca de 600 especialistas das 13 áreas. No momento, os trabalhos estão mais avançados nos segmentos de energia, eletrometalmecânica, saúde e indústria de consumo.


“Nosso objetivo é transformar o capital humano em diferencial do Ceará, ajudando, por exemplo, o currículo de escolas técnicas e profissionalizantes, de cursos e graduação e pós-graduação à demanda do mercado. Como consequência disso, teremos uma indústria mais produtiva, competitiva e estratégica em áreas dinâmicas, em que o empreendedorismo também será muito favorecido”, diz Muchale.


O economista lembra que, apesar de “não ter vínculo formal” com os projetos do Fortaleza 2040, da Prefeitura Municipal, e do Ceará 2050, do Governo do Estado, a iniciativa da Fiec vem contribuir com o sucesso dos dois planos elaborados pela iniciativa pública.


Ele avalia que o projeto da Fiec está sendo desenhado em momento importante para a economia cearense, com a chegada de investimentos nas áreas da saúde, tecnologia, portuária, siderúrgica e da aviação.


“Queremos resolver, no Estado, um problema enfrentado pela indústria brasileira, que às vezes não consegue crescer no mesmo ritmo do PIB (Produto Interno Bruto) nacional por falta de mão de obra qualificada”, observa, lembrando o caso da Coreia do Sul, um dos países mais pobres da Ásia até 1960. “Por meio de investimento maciço na educação de base, a Coreia se transformou no que é hoje”, acrescenta.

 

O ESTUDO: SETORES


ÁGUA

O Ceará é o 7º no ranking nacional, com 9.200 postos de trabalho, 4,3% do total, em 436 indústrias. Fortaleza é responsável por 3.483 vagas, equivalente a 37,6% dos vínculos, evidenciando a forte concentração na Capital. Em seguida, vêm os municípios Aracati (15,1%), Jaguaruana (4%) e Acaraú.

 

BIOTECNOLOGIA

No Brasil, há uma forte concentração em São Paulo. O Sudeste se destaca com os três estados de maiores quantitativos, somando 79%. No Nordeste, Pernambuco e Ceará são os principais polos pelo número de empresas. Na região Norte, nenhum estado apresenta representatividade no segmento.

 

CONSTRUÇÃO E MINERAIS NÃO METÁLICOS

O Ceará é o 10º no ranking nacional, com cerca de 95 mil postos de trabalho, 3,1% do total. Em relação ao segmento de minerais não metálicos, o Estado também aparece na 10º colocação, com aproximadamente 15 mil empregos gerados, número equivalente a 3,3% do total.

 

ECONOMIA DO MAR

O setor é concentrado no Rio de Janeiro, com participação nacional de 42,3%. O Ceará possui o 8º maior contingente de trabalhadores, com 3,7%. Fortaleza não lidera, sendo líder Aracati, com 32% do total do Estado. A Capital vem em segundo lugar, com 21,1% do total de vínculos, seguida por Acaraú, com 12,2%.

 

ELETROMETALMECÂNICA

São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná são, respectivamente, os maiores destaques na distribuição de empregos. Possuem cerca de 80% do total de vínculos. O Ceará é o 12º no ranking, com cerca de 29 mil empregos, o que representa 1,2% do total.

 

ENERGIA

O Ceará é o 19º no ranking, com representação nacional de 1%. Fortaleza concentra mais de 50% dos empregos e dos estabelecimentos. Há destaque para os municípios de Caucaia, São Gonçalo e Maracanaú, reforçando a tese do desequilíbrio regional do Estado e o efeito concentrador da Região Metropolitana.

 

INDÚSTRIA AGROALIMENTAR

O setor agroalimentar tem forte concentração em São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Juntos, possuem cerca de 46% do total de vínculos. O Ceará é o 14º no ranking, com 70.633 empregos, o que representa 2,2% do total, gerados por 3.115 estabelecimentos industriais.

 

LOGÍSTICA

São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são os maiores destaques, com cerca de 53% do total de vínculos. O Ceará é o 12º no ranking, com aproximadamente 72 mil empregos, 2,1% do total. No estudo, este setor ainda está na primeira etapa, que é o diagnóstico sobre a formação da mão de obra.

 

TURISMO E ECONOMIA CRIATIVA

São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul se destacam como os principais geradores de emprego, com 55% do total. O Ceará, por sua vez, ocupa a 10ª posição nesse ranking, com 2,2%. No Estado, os maiores municípios no setor são Fortaleza, Maracanaú e Caucaia.

 

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são os maiores destaques, com cerca de 60% do total de vínculos. O Ceará é o 11º no ranking, com cerca de 13 mil empregos, 1,6% do total. No Estado, a concentração é alta na Região Metropolitana.

 

SAÚDE

O setor tem forte concentração em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, com de 68% do total de vínculos. O Ceará é o 10º, com 4.678 empregos, 1,8% do total. No que se refere à distribuição do emprego, observa-se que Eusébio é responsável por 1.206 vagas, o que corresponde a 25%.

 

PRODUTOS DE CONSUMO

Em termos da participação do setor no emprego de toda a economia, Santa Catarina (8,5%) lidera, seguida do Ceará, com 8,2% de todos os vínculos empregatícios. No Brasil, produtos e consumo respondem por 3,1% dos empregos. Este setor ainda está na primeira fase do estudo da Fiec.

 

MEIO AMBIENTE

O Estado possui grandes oportunidades para investimento, em razão da beleza de seus municípios. Podem ser gerados vários empreendimentos empresariais com base no turismo sustentável, a exemplo de hotéis-fazenda, pousadas e restaurantes. A identificação sobre formação de mão de obras está sendo realizada.

 

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