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Sua conta de luz vai ficar mais cara a partir de domingo
Economia

Sua conta de luz vai ficar mais cara a partir de domingo

REAJUSTE MÉDIO DE 4,96% | A alta para residências é de 3,8% e para empresas é de 7,96%
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A conta de luz dos cearenses vai ficar mais cara a partir deste domingo. Isso porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou ontem reajuste médio de 4,96% pra o Estado, que será aplicado pela Enel Distribuição Ceará a partir do dia 22. Os consumidores de baixa tensão, como residências e pequenos comércios, terão alta de 3,8%.O percentual para empresas (alta tensão) é de 7,96%.


Conforme O POVO adiantou no último dia 13, o reajuste médio ficou abaixo de 10% e menor ante outros estados como a Paraíba, onde o aumento médio foi de 16,85%. Puxaram o resultado no Ceará o encargo da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e o custo de transmissão, que possuem pesos maiores na tarifa dos clientes de baixa tensão.

[SAIBAMAIS]

De acordo com José Alves, diretor de regulação da Enel no Brasil, a alta ficou dentro da expectativa. “Está mantendo a remuneração da empresa e nesse momento respondendo só à inflação e abatendo a produtividade”. O gestor explica que a parcela da tarifa paga à empresa sofreu na verdade uma redução de 0,11%, comparado ao ajuste do ano anterior.


Para 2018, a Enel deve seguir o mesmo volume de investimentos do ano passado. Em 2017, a empresa investiu R$ 716,40 milhões no Ceará, um aumento de 33,6% em relação a 2016. A maioria do aporte foi destinado à conexão de novos clientes e melhoria na rede de distribuição, que atende mais de 4 milhões de usuários.

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Na composição tarifária, os encargos setoriais somados aos tributos respondem por 39,5% da conta. O percentual de quase 40% representa um índice que “distorce” o valor da tarifa de energia, pontua Jurandir Picanço, consultor na área de energia da Federação das Indústrias do Estado (Fiec) e presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Ceará. Ele avalia que para redução da tarifa seria preciso rever a política de subsídios incidentes. “São custos que não representam efetivamente o custo da energia”.


Fazem parte dos encargos os subsídios concedidos ao consumidor de baixa renda, à atividade de irrigação, à classe rural, custeio à geração de energia nos sistemas elétricos isolados (Conta de Consumo de Combustíveis – CCC), entre outros. A partir de 2013, com a da inclusão desses descontos na CDE, os consumidores passaram a contribuir com o rateio dos subsídios tarifários, independentemente do mercado subsidiado onde o consumidor se localiza.


Para Erildo Pontes, presidente do Conselho de Consumidores da Enel Distribuidora Ceará (Conerge), a expectativa do reajuste era que o percentual da tarifa ficasse próximo à inflação, que fechou em 2,95% no ano passado. “Não posso me dizer satisfeito, porque foi além da inflação, principalmente a indústria que está nesse momento mais prejudicada e vai sentir o impacto”.


Como modelo futuro, Erildo aposta em mais previsibilidade do reajuste e amadurecimento do sistema de bandeiras. “O modelo ideal é que o reajuste seja mais próximo da inflação e a revisão (que ocorre a cada quatro anos) seja negativa, porque a eficiência do sistema está melhorando”.

 

COMPOSIÇÃO DA TARIFA

os encargos setoriais somados aos tributos respondem por 39,5% da conta. O percentual representa um índice que “distorce” o valor da tarifa de energia

 

ORÇAMENTO MAIS CUSTO EM CASA

Para a pensionista Mônica Sampaio, 55, o reajuste de energia vai pesar no orçamento mensal. A segunda maior conta em casa, depois do condomínio, é a de luz, que compromete de R$ 200 a R$ 250 da renda do mês. Em maio, por exemplo, Mônica vai pagar R$ 241,47 de energia, ainda sem o valor reajustado. Ela que mora em um apartamento no Benfica com o filho e a cunhada se preocupa com a economia diária. Trocou as lâmpadas por LED, usa pouco ventilador, a máquina de lavar roupa duas vezes por semana e o ferro de engomar apenas uma vez por semana. “O aumento vai ser muito ruim. Vai faltar para outras coisas, vou usar menos televisão, computador e diminuir o lazer, porque recebo todo mês um valor X e não aumenta”.

 

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