Com a movimentação de US$ 2,7 milhões em janeiro deste ano, o mercado de rochas ornamentais está em expansão no Ceará. O segmento deve crescer 20% até o fim do ano, atingindo a marca de US$ 31 milhões. O desafio é criar ambiência favorável para as empresas locais, uma vez que 80% da produção nacional é dominada por companhias do Espírito Santo. No Ceará, Santa Quitéria, Sobral, Massapê, Uruoca, Granja, Viçosa do Ceará, Santana do Acaraú e Inhamuns são regiões produtoras.
Em sua quarta edição, a Fortaleza Brazil Stone Fair visa fomentar esse setor cearense de rochas ornamentais, atraindo um público de 10 mil pessoas, entre empresários, arquitetos e engenheiros de todo o País. A feira está sendo realizada até 20 de abril, no Centro de Eventos do Ceará, com a participação de 43 expositores.
Segundo Carlos Rubens Araújo, presidente do Sindicato da Indústria Mármores Granitos do Estado do Ceará (Simagran-CE), entidade realizadora da feira, a expectativa é crescer até 20% na produção de rochas em 2018. Considerando os últimos quatro anos, o volume de exportações deve dobrar, com a previsão de alcançar, em 2021, US$ 200 milhões em exportações. Os principais mercados são Itália, China, Estados Unidos, Canadá e México. “Hoje, a capacidade de produção do Ceará em parque industrial já é maior que Minas Gerais”, enfatiza.
O setor é uma das apostas do Porto do Pecém, que em 2017 movimentou 22,1 mil toneladas de rochas ornamentais. Foram 20 empresas que já assinaram protocolo de intenção para produzir na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará. Mário Lima Júnior, presidente da ZPE-CE, diz que neste mês são recebidos os projetos das empresas interessadas. “São pátios, gates, armazéns, instalações administrativas e operacionais, obras de engenharia que precisam ser orçadas”, informa.
Com a capacidade produtiva de mais de 47 mil m² de rochas ornamentais por mês, a cearense Granos Granitos S/A espera crescer 10% neste ano. A gerente comercial da empresa, Sávia Silva, aponta o diferencial competitivo das rochas do Ceará, com destaque para os quartzitos. “São ricos em sílica, materiais com uma porosidade e absorção baixa e com resistência alta”. Participando há três anos da feira, ela observa o aumento de até 20% nas vendas da empresa a partir de negócios gerados no evento.
Focando no mercado dos Inhamuns, sobretudo em Independência e Parambu, a BR Stone atua há um ano no setor, trabalhando com três pedreiras. De acordo com o geólogo da empresa, Fernando Castelo Branco, outras duas pedreiras devem ser abertas até o fim do ano na mesma localidade. “É uma região que não estava sendo explorada, mas tem aptidão para o setor”. A produção mensal de quartzo rosa gira em torno de 150 toneladas.
PRODUÇÃO
O volume de exportações de rochas ornamentais deve dobrar no Ceará